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ATLETISMO
Ouro de saltadora alivia delegação e salva CBAt
Com 45 competidores, país tinha participação modesta em Pequim
Bancada por verbas de estatais e dinheiro da Lei Piva, confederação realizou uma preparação sem precedentes em Jogos
DO ENVIADO A PEQUIM
O ouro de Maurren Maggi
salvou o atletismo brasileiro do
fiasco total em Pequim. Antes
da façanha da saltadora, a equipe nacional, formada por 45
atletas, colecionava fiascos.
Jadel Gregório e Fabiana
Murer, apontados como candidatos a medalha olímpica, tiveram performances modestas.
O primeiro, recordista sul-americano do salto triplo, cravou 17,20 m e não passou da
sexta posição na final. Em Atenas-04, ficara em quinto lugar.
Já Fabiana, bronze no Mundial indoor de Valencia, em
março, enfrentou o problema
com o sumiço de uma vara na
final da prova. Sem o equipamento adequado, não passou
dos 4,45 m e do décimo lugar.
O feito de Maurren no salto
em distância dá alento à CBAt
(Confederação Brasileira de
Atletismo), que recebeu forte
apoio estatal no ano olímpico.
A entidade ganhará em 2008
R$ 12 milhões de patrocínio da
Caixa Econômica Federal e
cerca de R$ 9,5 milhões via Lei
Piva, que destina parte da arrecadação das loterias ao esporte.
Também teve direito à verba da
Petrobras que financiou a preparação da delegação do país
via lei de incentivo fiscal.
Com tudo isso, Roberto Gesta, presidente da CBAt, prometeu concluir nos próximos meses um centro de treinamento
em Bragança Paulista.
Celebridade instantânea
com sua conquista, Maurren
foi escalada para a cerimônia de
encerramento dos Jogos, amanhã. "Ia embora no sábado [hoje]. Mas me avisaram que vou
carregar a bandeira brasileira.
Então, eu fico", contou ela.
A disputa entre a brasileira e
a russa Tatiana Lebedeva foi a
mais acirrada em uma final
olímpica do salto em distância.
Anteriormente, só os Jogos
de Munique-72 viram uma diferença tão pequena entre a
campeã e a vice. Na ocasião,
Heide Rosendhal, que competia pela antiga Alemanha Ocidental, superou a búlgara Diana Yorgova também por um
centímetro (6,78 m a 6,77 m).
Outras três finais olímpicas
apresentaram uma diferença
de dois centímetros entre as
medalhistas de ouro e prata:
Moscou-80, Barcelona-92 e
Atenas-04. Nesta última, Lebedeva, prata ontem, triunfou.
(ADALBERTO LEISTER FILHO)
36 CM
separaram a marca de
Maureen Maggi ontem
do recorde olímpico do
salto em distância, de
7,40 m, da americana
Jackie Joyner-Kersee,
conquistado nos Jogos
de Seul-88. A distância é
ainda maior quando comparada com o recorde
mundial, da soviética Galina Chistyakova, que
marcou 7,52 m em 1988,
em competição em Leningrado. Os 7,04 m que
definiram o ouro ontem
também ficam distantes
da melhor marca de
Maurren na carreira, de
7,26 m, registrada durante evento em Bogotá, no
dia 26 de junho de 1999.
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