São Paulo, sábado, 23 de agosto de 2008

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ATLETISMO

Ouro de saltadora alivia delegação e salva CBAt

Com 45 competidores, país tinha participação modesta em Pequim

Bancada por verbas de estatais e dinheiro da Lei Piva, confederação realizou uma preparação sem precedentes em Jogos


DO ENVIADO A PEQUIM

O ouro de Maurren Maggi salvou o atletismo brasileiro do fiasco total em Pequim. Antes da façanha da saltadora, a equipe nacional, formada por 45 atletas, colecionava fiascos.
Jadel Gregório e Fabiana Murer, apontados como candidatos a medalha olímpica, tiveram performances modestas.
O primeiro, recordista sul-americano do salto triplo, cravou 17,20 m e não passou da sexta posição na final. Em Atenas-04, ficara em quinto lugar.
Já Fabiana, bronze no Mundial indoor de Valencia, em março, enfrentou o problema com o sumiço de uma vara na final da prova. Sem o equipamento adequado, não passou dos 4,45 m e do décimo lugar.
O feito de Maurren no salto em distância dá alento à CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), que recebeu forte apoio estatal no ano olímpico.
A entidade ganhará em 2008 R$ 12 milhões de patrocínio da Caixa Econômica Federal e cerca de R$ 9,5 milhões via Lei Piva, que destina parte da arrecadação das loterias ao esporte. Também teve direito à verba da Petrobras que financiou a preparação da delegação do país via lei de incentivo fiscal.
Com tudo isso, Roberto Gesta, presidente da CBAt, prometeu concluir nos próximos meses um centro de treinamento em Bragança Paulista.
Celebridade instantânea com sua conquista, Maurren foi escalada para a cerimônia de encerramento dos Jogos, amanhã. "Ia embora no sábado [hoje]. Mas me avisaram que vou carregar a bandeira brasileira. Então, eu fico", contou ela.
A disputa entre a brasileira e a russa Tatiana Lebedeva foi a mais acirrada em uma final olímpica do salto em distância.
Anteriormente, só os Jogos de Munique-72 viram uma diferença tão pequena entre a campeã e a vice. Na ocasião, Heide Rosendhal, que competia pela antiga Alemanha Ocidental, superou a búlgara Diana Yorgova também por um centímetro (6,78 m a 6,77 m).
Outras três finais olímpicas apresentaram uma diferença de dois centímetros entre as medalhistas de ouro e prata: Moscou-80, Barcelona-92 e Atenas-04. Nesta última, Lebedeva, prata ontem, triunfou. (ADALBERTO LEISTER FILHO)

36 CM

separaram a marca de Maureen Maggi ontem do recorde olímpico do salto em distância, de 7,40 m, da americana Jackie Joyner-Kersee, conquistado nos Jogos de Seul-88. A distância é ainda maior quando comparada com o recorde mundial, da soviética Galina Chistyakova, que marcou 7,52 m em 1988, em competição em Leningrado. Os 7,04 m que definiram o ouro ontem também ficam distantes da melhor marca de Maurren na carreira, de 7,26 m, registrada durante evento em Bogotá, no dia 26 de junho de 1999.


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7,04m

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