São Paulo, domingo, 23 de agosto de 2009

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Bolt fatura 3º ouro, mas sem recorde mundial

Atleta vence no 4 x 100 m e, cansado, diz competir por vitórias, não marcas

Após Jamaica triunfar nos revezamentos masculino e feminino, brasileiros, em 7º e 5º, respectivamente, veem novo apoio a pivô de doping

Olivger Lang/France Presse
Ao lado de trinitários, Usain Bolt passa o bastão a Asafa Powell
durante a vitória da Jamaica no revezamento 4 x 100m do Mundial


JOSÉ EDUARDO MARTINS
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

Usain Bolt encerrou ontem uma das mais brilhantes participações de um atleta em Mundiais. O velocista jamaicano se despediu do estádio Olímpico de Berlim com a sua terceira medalha de ouro, desta vez, porém, sem o recorde mundial.
O homem mais rápido do planeta garantiu mais um pódio ao integrar a equipe jamaicana no revezamento 4 x 100 m.
Com tranquilidade, o quarteto formado por Bolt, Asafa Powell, Michael Frater e Steve Mullings completou a prova com 37s31, novo recorde da competição -a melhor marca mundial para a prova é de 37s10, obtida pela própria Jamaica na final da Olimpíada de Pequim, no ano passado.
"Estou muito feliz com o resultado, apesar de não ter batido o recorde mundial. Afinal, entro em uma prova para vencer, não para quebrar marcas", afirmou Bolt.
Antes do jamaicano, apenas o americano Tyson Gay havia obtido três medalhas em uma único Mundial, em Osaka-2007.
Bolt, 23, mesmo poupado da bateria de classificação, realizada anteontem, reclamou do cansaço por disputar três modalidades na mesma semana.
"Não estou na minha melhor forma, como foi em Pequim. Estou morrendo, mas ainda assim sou rápido", brincou Bolt.
A prata no 4 x 100 m ficou com a Trinidad e Tobago, com 37s62, e a Grã-Bretanha foi a terceira, com 38s02.
Desfalcada dos técnicos Jayme Netto e Inaldo Sena e de Jorge Célio e Bruno Lins -suspensos pelo caso de doping sistemático de EPO (eritropoietina)-, a equipe brasileira ficou em sétimo lugar, com 38s52.
"O saldo foi positivo, ainda mais se você pensar que fizemos quase tudo no improviso", afirmou Sandro Viana, integrante do time brasileira.
O quarteto nacional, na verdade, só pôde atuar na decisão porque os EUA, que tinham se classificado no primeiro lugar, foram eliminados por um erro na passagem do bastão.
"Os britânicos que denunciaram os americanos. Temos de agradecê-los", disse Viana.
No feminino, o Brasil acabou em quinto lugar no 4 x 100 m, com 43s13 -0s11 mais lento do que o tempo da própria equipe na semifinal. O ouro foi para a Jamaica, com Bahamas em segundo e Alemanha em terceiro.
Assim como parte da equipe masculina, as brasileiras também não estão muito preocupadas com a repercussão do maior caso de doping da história do atletismo nacional -que tirou também a velocista Evelyn Santos do Mundial.
Vanda Gomes, da mesma maneira que Vicente Lenilson, pretende seguir com o técnico Jayme Netto -mentor do doping. "Todo mundo pode errar. Gostei da atitude dele, porque ele ainda foi muito homem de assumir a culpa. Ele ainda é o meu técnico", afirmou Vanda.


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