São Paulo, domingo, 23 de setembro de 2001

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FUTEBOL

Para evitar vexame em casa, marcar é prioridade contra América-MG
Com medo do Morumbi, São Paulo se defende

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo tem uma receita curiosa para selar a paz com a sua torcida na partida contra o América-MG, hoje, às 15h, no Morumbi. Em vez de um futebol ofensivo, a equipe do técnico Nelsinho Baptista pretende seduzir os torcedores com um estilo defensivo.
Apesar de pegar em casa um time que tenta escapar das últimas posições do Brasileiro, a marcação é a prioridade são-paulina.
Traumatizados com as duas últimas derrotas no Morumbi, contra o Paraná e o Bahia, os jogadores acreditam que a melhor maneira de evitar um novo vexame em seu estádio é se preocupar primeiro em destruir as jogadas criadas pelo adversário.
"Não significa que vamos ter um time de brucutus. Seremos uma equipe que vai marcar para poder jogar", afirmou Nelsinho.
Como exemplo do futebol que quer ver no Morumbi, o técnico citou o desempenho de seu time na vitória por 1 a 0 sobre o Coritiba, quinta-feira, no Paraná.
"Não foi um futebol de espetáculo, mas conseguimos neutralizar os pontos fortes do adversário e vencer o jogo", declarou.
Segundo o treinador, o São Paulo tem sido mais eficiente na marcação nos jogos fora de casa.
Essa eficiência explicaria o fato de a sua equipe ter perdido apenas um jogo longe do Morumbi, para o Vitória, por 2 a 1. Como visitante, o São Paulo também venceu três jogos e empatou dois.
No Morumbi, além de perder dois jogos, a equipe conseguiu três vitórias e um empate.
A derrota por 3 a 1 diante do Paraná, no sábado retrasado, foi a que mais irritou a torcida. Depois do jogo, no saguão do estádio, torcedores cercaram o diretor de futebol José Dias para cobrar mais empenho dos jogadores.
Em seguida, o dirigente disse, sem citar nomes, concordar que falta empenho a alguns atletas nos confrontos no Morumbi.
"Temos que deixar de lado a pressão. Vamos correr, mostrar disposição e ter cuidado. Só os meias e atacantes devem avançar", disse o zagueiro Emerson.
O atacante França, que volta ao time após cumprir suspensão, também crê que a estratégia ideal para a partida de hoje é se preocupar mais com a defesa.
Mas ele teme irritar mais ainda a torcida com a obsessão defensiva. "O torcedor quer ver goleada e pode reclamar, mas temos que seguir o planejado", disse França.
Nelsinho afirmou não temer uma reação negativa por parte dos torcedores diante da novo estilo de sua equipe no Morumbi.
"A torcida não se irrita com uma marcação bem feita. Ela fica impaciente quando o time tenta furar o bloqueio adversário e toma gols nos contra-ataques", declarou o treinador.
O meia Leonardo, um dos que foram citados pelo grupo de torcedores que pressionou Dias após o jogo com o Paraná, também disse não acreditar em uma pressão da torcida na partida de hoje.
Sobre o seu desempenho, Leonardo acredita que faltou sorte a ele em alguns jogos.
"Ainda não estou legal, mas em alguns lances, como o gol de bicicleta que tentei no Uruguai, contra o Peñarol, faltou alguma coisinha, um pouquinho de sorte, que no final faz diferença", afirmou.



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