São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2004

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TÊNIS

Para TCU, dirigentes do esporte utilizaram verba pública em causa própria

Tribunal vê falhas e veta dinheiro da Lei Piva na CBT

GUILHERME ROSEGUINI
DA REPORTAGEM LOCAL

A atual administração da Confederação Brasileira de Tênis não pode mais receber recursos provenientes da Lei Piva.
A determinação foi dada ontem pelo Tribunal de Contas da União, após analisar e julgar procedente uma denúncia que recebeu sobre o mau uso do dinheiro público. Só em 2003, a entidade arrematou R$ 1.008.401,92 da lei.
A suspensão perdura até que Nelson Nastás, presidente da CBT, e o superintendente Carlos Martelotte dêem novas explicações sobre irregularidades apontadas pelo tribunal ou devolvam aos cofres cerca de R$ 150 mil.
Durante as investigações, ambos foram convidados a dar suas versões sobre os problemas indicados na gestão da verba pública. As explicações não convenceram técnicos e ministros do TCU.
No relatório, o órgão elenca falhas administrativas de diversas espécies. Em primeiro lugar, informa que Nastás e Martelotte utilizaram o dinheiro da lei para o custeio de despesas pessoais.
Os dirigentes disseram que na mesma conta em que o COB depositava a verba pública eram guardados recursos de outras fontes, o que inviabilizaria a denúncia. Só que o TCU, por meio da análise de extratos bancários, comprovou que não haveria saldo na conta para quitar os valores retirados por Nastás e Martelotte sem a presença do dinheiro da lei.
Há também problemas nas prestações de contas. Em 2002, a CBT usou duas versões da mesma nota fiscal para justificar gastos em competições diferentes. Primeiro, um recibo no valor de R$ 9.004,75 integrou a prestação do Brasileiro infanto-juvenil. Outra via da mesma nota foi usada depois para explicar uma despesa referente a duelos da Copa Davis.
Por fim, os dirigentes precisarão explicar por que a General Promotion Eventos foi contratada para prestar serviços em projetos da CBT. Motivo: Martelotte é o sócio-gerente da empresa.
A confederação pode voltar a receber o repasse caso os dois dirigentes deixem seus cargos.


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