DO ENVIADO A ATENAS

Na condição de coadjuvante, o nadador Clodoaldo Silva aproveitou "uma colher de chá" ontem e se tornou o primeiro brasileiro a conquistar três medalhas de ouro numa Paraolimpíada.
O nadador, que teve paralisia cerebral por falta de oxigênio no parto, havia feito o segundo tempo nas eliminatórias dos 50 m borboleta, quase dois segundos atrás do tailandês Somchai Doungkaew, que fez novo recorde mundial (45s75).
Na final, porém, Clodoaldo melhorou a marca do rival e, mesmo errando a chegada, obteve ligeira vantagem: 45s12 contra 45s59. "Não é uma prova em que sou especialista, mas o adversário deu uma colher de chá e eu aproveitei", afirmou ele, que já havia quebrado o recorde mundial nos 100 m e 200 m livre. "Meu objetivo era tentar entrar na final. Se conseguisse, sabia que poderia brigar por medalha."
Clodoaldo contou que começou a nadar os 50 m borboleta por "brincadeira". Um amigo disse que era uma prova que precisava de força, e isso ele tinha. "Eu experimentei, gostei e comecei a competir no meio do ano passado", disse o campeão.
Ele ainda nada mais quatro vezes em Atenas, incluindo os 50 m livre, prova na qual também é recordista mundial. (FI)

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