São Paulo, quinta-feira, 23 de setembro de 2004

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AÇÃO

Descendo montanhas

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

O Brasil segue firme em sua escalada branca. A carioca Isabel Clark está a meio passo de entrar para a história como a primeira brasileira a competir no snowboard em uma Olimpíada. Na avaliação dela, seu passaporte para Turim já está carimbado.
É que com os 155 pontos conquistados até agora nas provas que disputou no Japão, nos EUA e no Chile, e precisando manter ao menos 120 até o final da temporada, dificilmente ela vai deixar escapar essa oportunidade.
O mais difícil, que era ficar entre as 25 melhores do mundo na Copa disputada em Valle Nevado, Chile, no último dia 17, ela conseguiu. Terminou em 21º no boardercross (corrida de downhill com obstáculos e curvas disputada em baterias de quatro atletas).
Mas não foi por sorte ou acaso. O projeto Turim-06 de Isabel começou, na verdade, em maio, quando ela fez as malas e se mandou para o Chile. Durante um mês, fez apenas exercícios físicos -só então foi para as pistas. A Confederação Brasileira de Desportos na Neve alugou uma casa na estação de Farellones para que a equipe brasileira (ela, Felipe Motta e Ricardo Moruzzi) pudesse treinar com os melhores do mundo. Os dois ainda não alcançaram o índice olímpico, mas têm chance em competições futuras.
Enquanto muitos comemoravam suas conquistas, a campeã mundial de boardercross em 2001, a norueguesa Line Ostvold, 26, sofria um gravíssimo acidente na neve chilena durante um treinamento de rotina. Numa pista que ela deveria conhecer de cor. Caiu em alta velocidade, bateu a cabeça e continuou se chocando com os bumps da pista até parar.
Em coma, foi levada a um hospital em Santiago e durante os três dias que permaneceu internada recebeu a solidariedade dos atletas presentes em Valle Nevado, que doaram seus prêmios em dinheiro para o tratamento.
O acidente ganhou conotações ainda mais dramáticas porque ela havia decidido interromper sua aposentadoria precoce para realizar um de seus maiores sonhos: conquistar a medalha olímpica. Mas não resistiu, morreu.
Começou ontem a janela de espera de um mês para um desafio inédito. Trata-se do Super Chargers, no qual duas duplas de surfe tow in (com auxílio de jet ski) competirão na busca da maior e melhor onda no Rio de Janeiro.
A organização selecionou os melhores atletas do país da modalidade para a prova.
De um lado estarão os pernambucanos Carlos Burle e Eraldo Gueiros, do outro o carioca Rodrigo Resende e o paulista Sylvio Mancusi. O catarinense Everaldo "Pato" ficará como substituto para uma eventual convocação.
As duplas competirão em duas baterias de 45 minutos, revezando-se a cada 20 com cinco de intervalo para a troca de posições. As seis melhores notas serão somadas para definir a melhor dupla, o melhor surfista, o melhor piloto e a melhor manobra.
Resta, agora, aguardar uma ondulação de primavera com dez pés (três metros), altura mínima exigida para que o evento ocorra.

Surfe WCT - EUA
O australiano Joel Parkinson frustrou a torcida em Trestles ao vencer Kelly Slater na final da sétima etapa. "Parko" subiu para quarto no ranking, bem próximo de Slater e C. J. Hobgood. Andy Irons lidera.

Ecomotion short e long adventure
A dupla da Mitsubishi Salomon Lontra venceu a prova de 51,3 km, fechando o circuito com 100% de sucesso. Na de 120 km, a equipe Clight Salomon Atenah ganhou. A etapa foi na serra da Bocaina.

Circuito brasileiro de kitesurfe
Começa hoje em João Pessoa (PB) a segunda etapa do Oi Kitesurf. A terceira será entre os dias 9 e 12 de outubro, na Costa do Sauípe (BA), e o circuito termina no início de novembro, no Rio.

E-mail sarli@trip.com.br


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