São Paulo, domingo, 23 de setembro de 2007

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José Augusto, com ganho provisório, assegura emprego

Corinthians concede aumento "por fora" para treinador que substituiu Carpegiani e que segue com salário da base

Expediente é usado para que técnico possa retornar à função anterior, com salário antigo, o que pode ocorrer após a eleição de outubro

DA REPORTAGEM LOCAL

Em meio à turbulência política, um emprego no Corinthians está assegurado. Nem a renúncia de Alberto Dualib fará o técnico José Augusto, que comandará o time no clássico das 16h contra o Palmeiras, deixar de trabalhar no clube.
O aumento recebido pelo treinador ao ser efetivado na equipe profissional foi maquiado para que ele possa retornar às categorias de base.
Como técnico do time sub-17, ele recebia R$ 9.000 mensais (salário bruto). Com a promoção, passou a receber pouco mais de R$ 25 mil. O vencimento na carteira, porém, continua o mesmo. O valor adicional, chamado pela diretoria de "prêmio", é recebido à parte, descontados os impostos, informa o clube.
"O Zé Augusto é um funcionário muito competente. Essa foi a forma encontrada para que ele possa retornar ao seu antigo posto caso o clube decida optar por outro treinador no profissional no futuro", explica o vice financeiro corintiano, Emerson Piovezan.
O expediente usado com o atual treinador não foi feito com Márcio Bittencourt, por exemplo. O ex-auxiliar técnico do clube foi promovido em 2006, recebeu aumento e, quando a diretoria decidiu substituí-lo, ele não pôde retornar à antiga função.
"É de conhecimento nosso que treinador depende de resultado. No momento que a diretoria achar que meu espaço já foi, eu volto para a base", afirma, conformado, Zé Augusto.
Com a eleição para a escolha do novo presidente marcada para o dia 9 de outubro, é possível que ele não consiga nem completar o Brasileiro.
O vice de futebol, Antoine Gebran, afirmou que, enquanto estiver no cargo, o treinador permanece no profissional.
O próprio Gebran não sabe se continuará na função após a chegada do novo presidente. Terá mais chances disso se Paulo Garcia, candidato preferido da atual diretoria, vencer. Com Andrés Sanches ou Osmar Stábile, a chance é mínima.
Para tentar escapar do turbilhão político, Gebran decidiu levar a equipe para Atibaia (interior de SP) nos últimos dias.
Os jogadores não demonstraram estar incomodados com as saídas de Dualib e do vice Nesi Curi. Disseram-se mais preocupados com o clássico e com a situação do time, que tem 33 pontos e, se perder, pode até reaparecer na zona da degola.
Mesmo assim, Gebran recebeu a incumbência do presidente corintiano, Clodomil Orsi, de explicar para o elenco a situação administrativa do clube.
Durante a semana de preparação, Zé Augusto até realizou treino secreto. E disse ser uma honra enfrentar o Palmeiras. "Tive o clássico contra o Santos, mas sei que contra o Palmeiras a importância é maior. Para mim, é um privilégio participar de um jogo assim."(EDUARDO ARRUDA E PAULO GALDIERI)

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