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Urnas desenham a terceira divisão
Políticos envolvidos na próxima eleição municipal movem as zebras da mais importante edição da Série C da história
Equipes que recebem ajuda de prefeituras e governos desbancam favoritos na luta pelo acesso ou pela vaga
na terceira divisão em 2009
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
GUSTAVO ALVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As eleições municipais têm
um papel decisivo na mais importante edição da história da
terceira divisão do Brasileiro.
Além das quatro vagas na Série B, o torneio, que está na sua
penúltima fase, vale também
para definir a enxuta edição do
ano que vem, que passará a ter,
com a criação pela CBF da
quarta divisão, só 20 equipes,
contra 64 do formato atual.
Clubes nanicos, impulsionados por políticos e cartolas com
interesse nas eleições do próximo dia 5, deixaram para trás rivais de muito mais tradição e
popularidade. Santa Cruz, Remo e Paulista são algumas das
equipes já eliminadas do torneio e que ainda terão que contar com seletivas estaduais para jogar a Série D em 2009.
Na luta pelo acesso à segunda
divisão e/ou já garantidos na
Série C estão Águia de Marabá,
Rio Branco-AC, Salgueiro-PE,
Ituiutaba-MG, Marcílio Dias-SC e Duque de Caxias-RJ.
Todos eles têm a política dos
municípios em seus cotidianos.
Verbas estatais irrigam seus cofres. E, na eleição, o sucesso
nesta Série C é esperança de dividendos nas urnas.
O Rio Branco lidera seu grupo na terceira fase e é a melhor
chance do Acre chegar pela primeira vez à Série B. A equipe é
bancada quase que integralmente pelo governo do Estado,
controlado pelo PT há muito
tempo -se o time chegar no octogonal, serão quase R$ 400
mil repassados ao clube.
Mas o petista Raimundo Angelim, prefeito de Rio Branco,
também surfa na boa fase do time. Ele é figura fácil na Arena
da Floresta, o moderno estádio
bancado pelo Estado.
Segundo Natalino Xavier,
presidente do Rio Branco, já está acertado que, caso Angelim
consiga se reeleger, a prefeitura
dará ajuda financeira para o
clube no ano que vem.
Nos casos de Marcílio Dias e
Duque de Caxias, os prefeitos
das suas cidades, ambos candidatos à reeleição, também são
"presidentes de honras" dos
clubes de futebol.
O peemedebista Washington
Reis de Oliveira é também o
fundador do Duque de Caxias, o
que aconteceu há três anos,
quando ela já era o prefeito.
Segundo Luis Carlos Martins
Arêas, presidente do clube, a
prefeitura da cidade da Baixada
Fluminense não dá suporte financeiro à equipe. Mas, segundo o site oficial da agremiação,
a prefeitura aparece como o
principal patrocinador do time.
Em Itajaí, cidade catarinense
que é a sede do Marcílio Dias, o
prefeito Volnei Marastoni
(PT), que também tenta no dia
5 um novo mandato, diz que só
ajuda o time como pessoa física. Até tentou patrocinar o clube por meio do Departamento
de Água e Esgoto do município,
mas a Justiça vetou.
Em Ituiutaba, no interior mineiro, o prefeito Fued José Dib
(PR) não ajuda o clube da cidade só abrindo os cofres.
Neste ano, ele já decretou
ponto facultativo na cidade
duas vezes para o funcionalismo público poder assistir aos
jogos do clube.
"Solicitamos o ponto facultativo e ele achou que era bom.
Então ele fez", diz Rone Moraes
da Costa, o presidente do clube.
Em Marabá, a surpreendente
campanha do Águia fez o presidente do clube, Sebastião Ferreira Neto, pedir licença para
cuidar da sua candidatura à vice-prefeitura da cidade, que repassou a "título de incentivo financeiro" R$ 50 mil para o time
antes do início da Série C.
"É claro que a boa campanha
do time pode ajudar na campanha", diz João Galvão, o presidente interino do Águia.
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