São Paulo, terça-feira, 23 de setembro de 2008

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Longe da política, Santa Cruz e Remo agonizam e podem ficar fora da Série D

DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto nanicos brilham na Série C amparados por políticos, clubes de tradição já se despediram do torneio sem garantir uma vaga na terceira divisão em 2009, o que agrava ainda mais crises crônicas.
A começar pelos dois campeões de popularidade da competição. Responsáveis por quase um quarto dos mais de 800 mil torcedores que já foram aos estádios na Série C, Santa Cruz e Remo agonizam.
O clube pernambucano não paga os funcionários há mais de oito meses. Anteontem, a energia no estádio do Arruda, um dos maiores do Nordeste, foi religada após cerca de dois anos. Antes, jogos noturnos ocorriam só com geradores.
Dentro de campo, a crise não acaba. Em 2006, o Santa Cruz estava na primeira divisão do Brasileiro. Agora, vai precisar de um bom desempenho no próximo Pernambucano para ganhar uma vaga na quarta divisão nacional.
Eliminado precocemente na Série C, o time de Recife terá ao final do ano menos de 40 jogos oficiais e quase metade dos dias de 2008 sem partidas, o que dificulta ainda mais a arrecadação de recursos, já prejudicada por uma série de penhoras.
Para conseguir um dinheiro extra, o clube sonha com um jogo da seleção pelas eliminatórias no Arruda, que vive ameaçado de interdição por seus graves problemas estruturais.
No Remo, a situação não é muito diferente, tanto que afugenta até interessados em comandar o clube.
Mesmo com eleição marcada para o próximo dia 29, o clube não tinha nenhuma candidatura à presidência registrada até a última sexta-feira.
Alguns setores do clube negociam uma junta para tirar a agremiação do buraco.
Para pagar uma dívida trabalhista, o clube acaba de perder em um leilão sua sede campestre, arrematada por uma construtora por R$ 3 milhões, valor considerado baixo pelo Remo, que tenta reverter na Justiça paraense o leilão.
Sem competições oficiais, o time tenta faturar com a marcação de amistosos. Conseguiu só um até agora, contra uma seleção do município de Breves, na Ilha de Marajó, por cota que não deve ultrapassar R$ 15 mil.
Santa Cruz e Remo não são casos isolados de times com tradição ou bons resultados recentes que fracassaram na mais importante Série C da história.
Campeão da Copa do Brasil em 2005, o Paulista de Jundiaí não passou nem da primeira fase e será outro que nem vaga na quarta divisão garantida terá em 2009, ano de seu centenário. Sem atividade por quase seis meses, o clube paulista já dispensou ou emprestou boa parte do elenco. (PC)


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