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Longe da política, Santa Cruz e Remo agonizam e podem ficar fora da Série D
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto nanicos brilham
na Série C amparados por políticos, clubes de tradição já se
despediram do torneio sem garantir uma vaga na terceira divisão em 2009, o que agrava
ainda mais crises crônicas.
A começar pelos dois campeões de popularidade da competição. Responsáveis por quase um quarto dos mais de 800
mil torcedores que já foram aos
estádios na Série C, Santa Cruz
e Remo agonizam.
O clube pernambucano não
paga os funcionários há mais de
oito meses. Anteontem, a energia no estádio do Arruda, um
dos maiores do Nordeste, foi
religada após cerca de dois
anos. Antes, jogos noturnos
ocorriam só com geradores.
Dentro de campo, a crise não
acaba. Em 2006, o Santa Cruz
estava na primeira divisão do
Brasileiro. Agora, vai precisar
de um bom desempenho no
próximo Pernambucano para
ganhar uma vaga na quarta divisão nacional.
Eliminado precocemente na
Série C, o time de Recife terá ao
final do ano menos de 40 jogos
oficiais e quase metade dos dias
de 2008 sem partidas, o que dificulta ainda mais a arrecadação de recursos, já prejudicada
por uma série de penhoras.
Para conseguir um dinheiro
extra, o clube sonha com um jogo da seleção pelas eliminatórias no Arruda, que vive ameaçado de interdição por seus graves problemas estruturais.
No Remo, a situação não é
muito diferente, tanto que afugenta até interessados em comandar o clube.
Mesmo com eleição marcada
para o próximo dia 29, o clube
não tinha nenhuma candidatura à presidência registrada até a
última sexta-feira.
Alguns setores do clube negociam uma junta para tirar a
agremiação do buraco.
Para pagar uma dívida trabalhista, o clube acaba de perder
em um leilão sua sede campestre, arrematada por uma construtora por R$ 3 milhões, valor
considerado baixo pelo Remo,
que tenta reverter na Justiça
paraense o leilão.
Sem competições oficiais, o
time tenta faturar com a marcação de amistosos. Conseguiu
só um até agora, contra uma seleção do município de Breves,
na Ilha de Marajó, por cota que
não deve ultrapassar R$ 15 mil.
Santa Cruz e Remo não são
casos isolados de times com
tradição ou bons resultados recentes que fracassaram na mais
importante Série C da história.
Campeão da Copa do Brasil
em 2005, o Paulista de Jundiaí
não passou nem da primeira fase e será outro que nem vaga na
quarta divisão garantida terá
em 2009, ano de seu centenário. Sem atividade por quase
seis meses, o clube paulista já
dispensou ou emprestou boa
parte do elenco.
(PC)
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