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Corte ouve Hamilton, mas decisão só sai hoje
"Vim porque queria que soubessem a verdade", afirma o inglês após audiência
McLaren mostra gravação em que diretor da prova diz duas vezes que devolução de posição a Raikkonen no GP da Bélgica foi válida
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A PARIS
Passava pouco das 9h quando
Lewis Hamilton, mochila em
uma mão, celular em outra,
saiu do elevador que levava à
Salle du Comité, no quinto andar da sede da FIA em Paris.
A menos de uma semana do
GP de Cingapura, 15ª de 18 etapas do Mundial de F-1, o piloto
da McLaren interrompeu sua
preparação para depor ante à
Corte de Apelações da entidade, para tentar reaver a vitória
no GP da Bélgica, no último dia
7, quando foi punido depois da
prova por cortar uma chicane.
Mas, após quase seis horas de
depoimentos, Hamilton foi para o aeroporto sem saber se o
esforço valeu a pena, já que o
resultado só sairá hoje.
"Estou muito orgulhoso do
trabalho do meu time e foi incrível ver como todos se esforçaram", disse, logo após o juiz
Philippe Narmino, da Corte de
Apelações, encerrar a sessão.
"Poderia muito bem não ter
vindo, pois tenho coisas melhores para fazer, mas era um assunto muito importante para
mim. Acredito que fui injustamente punido", falou ele, que
pela primeira vez participou
ativamente de um julgamento.
A audiência ocorreu após
apelo da McLaren, por discordar do drive-through imposto a
ele -como aconteceu a menos
de cinco voltas do fim do GP, foi
convertido em 25 segundos de
acréscimo ao tempo final.
A manobra polêmica ocorreu
a três voltas do fim da corrida
belga, quando ele tentou ultrapassar Kimi Raikkonen pela liderança. Após frearem lado a
lado na primeira curva da chicane, o inglês cortou a segunda
e voltou à pista na frente.
Na seqüência, devolveu o
posto, mas na curva seguinte
obteve nova ultrapassagem, o
que fez os comissários julgarem
que ele não havia devolvido totalmente a vantagem ganha.
Segundo estudos mostrados
ontem por Nigel Tozzi, advogado da Ferrari, a volta de Hamilton teve 16 metros a menos do
que se ele tivesse feito a curva.
De acordo com a McLaren,
no entanto, o inglês só cortou a
chicane porque não tinha outra
opção e devolveu inteiramente
a vantagem a Raikkonen.
A McLaren também mostrou
gravação do rádio em que perguntou a Charlie Whiting, diretor da prova, após a ultrapassagem, se a devolução de Hamilton bastava. Ele disse duas vezes que acreditava que sim.
Órgão independente, a Corte
de Apelações também ouviu a
FIA. "Para nós é muito claro.
Ele ganhou posição que não teria se tivesse usado só a pista. Se
estava tão seguro de que passaria facilmente como disse em
depoimento, poderia ter devolvido o posto e passado de novo", falou Paul Harris, da FIA.
Apesar de estar no avião rumo a Cingapura quando sair a
decisão, hoje, Hamilton se disse feliz. "Vim porque queria
que soubessem a verdade."
"Independentemente do resultado, tenho um ponto de folga na liderança e não mudarei
minha maneira nas próximas
etapas. Entrarei para vencer",
disse ele, que, não fosse a punição, teria sete pontos sobre Felipe Massa, herdeiro da vitória.
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