São Paulo, quarta-feira, 23 de setembro de 2009

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TÊNIS

Sobrou lá, faltou aqui


De um lado, Nico Lapentti; do outro, um capitão que não interferiu nos tenistas, nos jogos nem no confronto

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

O PAÍS perdeu no fim de semana a mais incrível chance de voltar à elite da Copa Davis desde que caiu para a segunda divisão, há seis anos: em casa, numa cidade com tradição no tênis, com torcida, contra um rival mais fraco, de ranking baixo, com um grupo mais completo e tecnicamente superior.
Marcos Daniel e Thomaz Bellucci, os melhores, foram escalados para as simples. A melhor dupla do país nos últimos anos, André Sá e Marcelo Melo, estava lá. Tenistas, cidade, torcida, piso, nada que atrapalhasse.
Após a derrota surgiu gente defendendo tenistas "com mais espírito de Davis". Mas quem não usaria Daniel e Bellucci, que vivem suas melhores fases? Não havia lógica escalar Thiago Alves, 116º e incógnita nessa situação. Houve torcedor reclamando da ausência de Bruno Soares, excelente duplista. Quem, porém, deixaria de usar Sá/Melo, integrada e aprovada internacionalmente? Mas se tudo estava certo, então, por que deu errado? Primeiro porque Nicolas Lapentti usou da experiência, não cansou e ganhou três jogos. Sim, o chamemos de "velho decadente à beira da aposentadoria", mas "Nico", com milhares de quilômetros rodados e conhecimento de causa, fez o que quis.
E segundo porque faltou um verdadeiro capitão ao Brasil, capaz de mexer com coração e mente, muito mais do que gritar palavras de incentivo. Para um grupo ainda inexperiente em Davis, como o nosso, faz diferença. Um capitão que, além de ser referência, seja personagem do confronto. Sendo a Davis o único torneio que permite a um técnico sentar ao lado da quadra e interferir no jogo, por que não fazê-lo?
Não se trata de catimbar, gritar ou tumultuar (às vezes até isso), mas de se levantar nas horas certas, usar palavras certas e fazer crescer o bom tenista quando tudo parece perdido.
Mexer com os brios e mudar, ou a cabeça do jogador, ou o momento da partida, ou o destino do duelo. Isso não ocorreu. Com Nico inspirado de um lado e um capitão coadjuvante de um time inexperiente do outro, o resultado, visto agora, não parece surpresa, infelizmente.

NA COLÔMBIA
Bogotá recebe nesta semana a Copa Petrobras. Na semana que vem, é a vez de Buenos Aires.

EM PERNAMBUCO
Leonardo Kirche venceu o Future de Recife ao derrotar Alexandre Bonatto após quase três horas.

EM SÃO PAULO
Alexandre Tsuchiya, Marina Boherer (18 anos), Raul Francisquiny, Marcela Valle (16), Mathaus Spiering, Suellen Abel (14), André Ponce e Letícia Vidal (12) foram os campeões do Circuito Unimed, após a disputa do Masters. Além de ajuda de custo, ganharam uma semana de treino na Argentina.

reandaku@uol.com.br


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