São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2004

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Palmeirenses temem seu próprio alçapão

DA REPORTAGEM LOCAL

Os estádios "alçapões" sempre levam jogadores e técnicos a terem receio de ter de atuar neles. No caso do Parque Antarctica, que hoje às 18h abriga o jogo Palmeiras x Atlético-PR, até mesmo os anfitriões, têm se sentido pouco à vontade lá a ponto de não se lembrarem de que no estádio o time é quase imbatível.
Apesar de seus atletas e o treinador Estevam Soares terem passado a semana de preparação para o confronto com o líder do Brasileiro dizendo que precisariam esquecer a pressão de jogar no Parque Antarctica, o Palmeiras tem feito de sua casa um "matadouro" na temporada de 2004.
Neste ano, o Palmeiras já atuou 21 vezes em seus domínios. Mesmo com a notória pressão que sua torcida -sobretudo a chamada "turma do amendoim", que fica nas cadeiras cobertas- costuma fazer quando o time não joga bem, a campanha é positiva. Foram 11 vitórias, oito empates e em apenas duas oportunidades os palmeirenses saíram de seu próprio campo derrotados: perderam para o Goiás (3 a 0) e, no dia em que escolheu para comemorar em campo seus 90 anos, para o Cruzeiro (3 a 1 de virada).
Talvez a explicação para o recente "problema" dos palmeirenses com relação a seu próprio estádio tenha tido origem justamente no fato dessas duas únicas derrotas em casa durante todo o ano terem ocorrido no Nacional.
Na competição em que ocupa o sexto lugar, com 59 pontos (dez a menos que o rival de hoje), o Palmeiras não está entre os times com melhor aproveitamento como mandante. Numa fictícia tabela apenas com pontos obtidos quando atuou em casa -aí incluídos os clássicos em que era mandante e não atuou no Parque Antarctica-, o time estaria na 16ª colocação, com 29 pontos e um aproveitamento de 56,9%.
Como comparação, o Atlético-PR, que tem a melhor campanha em seus domínios, conseguiu 77,2% dos pontos que disputou na Arena da Baixada.
Apesar desse pífio desempenho em casa no Nacional, o Palmeiras costuma atuar melhor no Parque Antarctica do que quando vai aos estádios de seus adversários.
Segundo o Datafolha, a equipe é melhor em quase todos os fundamentos quando está em casa.
No Parque Antarctica, que tem hoje capacidade para abrigar 30 mil torcedores, o time palmeirense troca mais passes (311 contra 296 como visitante), acerta mais (83,3% contra 82,1), dribla mais vezes (16,4 a 14,2), dá mais assistências (1,9 a 0,9), finaliza mais a gol (14,9 contra 11,4) e melhor (38,3% a 36,8%).
Para os jogadores, o apoio da torcida será fundamental para que o time vença o Atlético-PR.
"Se logo no primeiro erro o torcedor vaiar, fica difícil jogar. Será um jogo muito complicado, e o torcedor precisa ter paciência", justifica Baiano, que hoje retorna à ala esquerda da equipe.
Já no Atlético-PR, que defende uma invencibilidade de 18 jogos no Nacional, o problema são os desfalques ocasionados por contusões. Além de não ter Dagoberto, que sofreu uma lesão nos ligamentos do joelho e está fora do torneio, o time não poderá contar com o zagueiro Rogério Correia, com lesão na coxa direita. (PGA)


Colaborou a Agência Folha

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