São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2006

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Em "minidecisão", São Paulo empata com Grêmio no Sul

Em jogo eletrizante, placar é festejado pelo líder, que saiu na frente e acertou duas vezes a trave antes de sofrer o gol


Grêmio 1
São Paulo 1

TONI ASSIS
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE
LEO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Um jogo de sair faísca e de muita peleia. O comentário corrente na capital gaúcha ontem se transferiu para o estádio Olímpico. E quem se deu bem foi o São Paulo, que conquistou um empate com a dimensão de uma vitória ao segurar o 1 a 1 contra o Grêmio no Sul.
O time, que chegou aos 60 pontos, viu a sua vantagem em relação ao novo segundo colocado, agora o Internacional, que soma 53, cair em um ponto.
Mas esfriou o fantasma do Grêmio, que, se triunfasse ontem, encurtaria o caminho em cinco pontos na classificação.
De quebra, o fato de não perder um dos jogos-chave -o outro é o Santos- premiou a estratégia de Muricy Ramalho, que preparou seus atletas para um eventual tropeço no Sul.
"Jogar no campo do Grêmio não é fácil para ninguém. Foi um clássico muito bem disputado, e o resultado foi justo", afirmou o treinador.
Na próxima rodada, o São Paulo volta a jogar fora de casa. Pega o Figueirense em Santa Catarina. O Grêmio também sai de seus domínios e encara o Fluminense, no Rio.
No jogo de ontem, o Grêmio tinha como arma principal a pressão de seu estádio para intimidar o rival. Mas, com menos de um minuto de bola rolando, Danilo jogou essa estratégia por água abaixo. Ele aproveitou passe de Aloísio, antecipou-se a Alessandro e fez 1 a 0, quando a torcida fazia festa com o nome de seus atletas.
A vantagem era tudo o que Muricy queria. Fez os gaúchos se adiantarem e passou a jogar no espaço dado pelo adversário. Com menos de dez minutos, carimbou a trave do goleiro Gallato com Souza e esfriou a reação gremista.
Bem posicionado no meio, o São Paulo só tinha uma deficiência: o espaço deixado entre André Dias e Fabão.
Rogério só era ameaçado em chutes da entrada da área. Mesmo assim, a falta de pontaria dos gaúchos acabou facilitando o seu trabalho. Dos 18 chutes, somente 6 foram no alvo.
Já o São Paulo foi mais preciso nesse fundamento. De seus 4 arremates, 2 foram defendidos por Gallato e os demais pararam na trave.
Na base da empolgação, o Grêmio foi subindo. Só que as jogadas se limitavam aos chuveirinhos e chutes longos para os atacantes. Sem penetração, o o time da casa goleou mesmo só nos escanteios: sete no total, sem ceder nenhum.
No São Paulo, o espírito de luta falou mais alto. Foram 27 faltas contra 18 dos gaúchos. Já Rogério fez a diferença no fim do primeiro tempo, ao defender, à queima-roupa, um desvio do atacante Rômulo.
No segundo tempo, o Grêmio voltou disposto a fazer o que ficou devendo na etapa inicial: jogar na área do adversário. E, aos 4min, num chute cruzado, Hugo deixou tudo igual.
A pressão, de fato, nasceu nesse momento. A torcida passou a gritar o tempo todo e o jogo ficou à mercê do mandante. Só que o Grêmio sentiu o peso de não ter cinco titulares e não conseguiu virar a partida.
Muricy sacou Leandro, colocou Lenílson e assumiu o 3-5-2, deslocando Souza para a ala. O posicionamento equilibrou a partida e minou a empolgação gremista em busca do gol da virada no Olímpico.
No último minuto, no desespero, um lance calou o estádio. Hugo recebeu na entrada da área e chutou no ângulo errando o gol por pouco. Essa bola selou o empate e manteve o São Paulo como favorito ao título.


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