São Paulo, segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Corinthians vence e ameniza o sufoco

Equipe insiste na sina de perder chances claras, mas ao menos põe uma bola nas redes e foge da zona do rebaixamento


Corinthians 1
Cruzeiro 0

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Corinthians se reconciliou com a vitória, apesar de ter brigado com o gol. Numa noite em que o time foi pródigo em jogar fora chances de deixar o placar mais elástico, o solitário tento anotado no Pacaembu foi o que bastou para aliviar um pouco a situação do time no Brasileiro.
O triunfo sobre o Cruzeiro, depois de mais uma semana conturbada da caminhada corintiana, alivia um pouco a situação do time na classificação.
A equipe aproveitou a chance dada pela Ponte Preta, que anteontem perdeu em casa, e deixou a zona do rebaixamento.
Os 35 pontos que agora acumula no Nacional são suficientes para o time ficar no 15º lugar -para isso, o Corinthians também foi beneficiado pelo empate do Fluminense (1 a 1) com o Juventude.
A vitória de ontem também tempera um pouco mais o clássico contra o Palmeiras, próximo compromisso do time no Brasileiro, na quarta-feira.
Com um novo triunfo, o Corinthians ultrapassa o arqui-rival na tabela de classificação.
Foi um jogo angustiante para os corintianos. Menos pelo poder de ameaça do Cruzeiro do que pela própria ineficiência.
O Corinthians abusou da chance de perder gols. Amoroso, Ramon, Rosinei e Renato tiveram grandes de marcar, mas erraram muito -dos 18 arremates a gol, 10 ( ou 55,6% ) foram para fora. Alguns, de maneira inacreditável, como no lance em que Amoroso, praticamente colado à trave, tocou a bola pela linha de fundo.
Bem que Emerson Leão tentou prevenir essa enxurrada de erros que, à medida em que os chutes iam para fora, irritavam a torcida. O técnico mexera justamente no setor ofensivo, ao deixar Rafael Moura no banco e apostar em Ramon.
Rafael Moura que, mesmo na reserva, deu sua contribuição -involuntária, claro- para que a angústia aumentasse nas arquibancadas do Pacaembu. Foi quando Amoroso caiu em campo, acusando dores na perna. Ao ver o camisa 10 saindo de maca, Leão mandou Rafael Moura se aquecer. O simples fato de ver o atacante à beira do gramado motivou a torcida a gritar para que o técnico não fizesse aquela "bobagem".
Amoroso, no entanto, não teve que sair, apesar de ficar o resto da etapa inicial mancando após dar piques atrás da bola. A tão temida substituição só ocorreu no segundo tempo.
Mas a presença de Amoroso foi fundamental para que a angústia corintiana -com a qual ele contribuíra perdendo um gol sem goleiro, embaixo do travessão- fosse afastada.
Aos 32min, ele cruzou a bola na área do Cruzeiro para que Renato se jogasse e, com o pé direito, desse um leve toque para mandá-la para dentro do gol.
Os 16 minutos finais do primeiro tempo ainda foram suficientes para que o Corinthians perdesse mais uma chance de ampliar o placar, com Rosinei cabeceando a bola para fora.
O desperdício da primeira etapa, no entanto, não desagradou ao treinador corintiano. "Quando as oportunidades aparecessem, teríamos que definir. Tivemos quatro e fizemos uma. Espero repetir isso no segundo tempo."
E foi o que o Corinthians fez. Pelo menos em parte. O ataque corintiano continuou a perder gols, sobretudo com Rafael Moura e Gustavo Nery.
Menos mal para o Corinthians que o Cruzeiro também manteve o desempenho do primeiro tempo, sem levar perigo.
O triunfo foi tão providencial que ganhou comemoração especial dos atletas. Como foi? Igual a de um título, com direito a abraços e saudação à torcida, pertinho do alambrado.


Texto Anterior: Juca Kfouri: O que não falta é decisão
Próximo Texto: Estaleiro: Amoroso e Gustavo Nery deixam o gramado contundidos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.