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Diretoria do Corinthians lava as mãos sobre queda
Atual vice de futebol afirma que, se o time cair, a culpa será da gestão de Dualib
Gebran já prepara lista de reforços com três nomes que disputam a Série B do Brasileiro; clube pretende buscar investidor em 2008
EDUARDO ARRUDA
ENVIADO ESPECIAL A RECIFE
Com a possibilidade de rebaixamento cada vez mais próxima, a diretoria do Corinthians
diz que, se o time cair, a culpa
não será dela. "Acho que é da
administração anterior [de Alberto Dualib]. Foi uma seqüência de problemas que nos levaram a essa situação", disse o vice de futebol Antoine Gebran.
"Pegamos o trem fora dos trilhos, mas, pelo amor de Deus,
não quero nem ouvir isso [rebaixamento], não vai acontecer", falou o cartola à Folha, no
hotel da delegação em Recife.
Mesmo que o time não fracasse na tentativa de permanecer na elite, as perspectivas para o próximo ano, à primeira
vista, não são muito animadoras. Gebran diz que já planeja a
próxima temporada. E, na primeira ou na segunda divisão, o
clube do Parque São Jorge deve
contar com reforços especialistas em disputar a Segundona.
A promessa de um time competitivo em 2008 passa por investir em atletas de pouca expressão e pouco conhecidos.
Nesta semana, Gebran disse
que terá uma reunião com o
presidente do clube, Andrés
Sanches, e lhe apresentará uma
lista de reforços.
Estão nela: o zagueiro Henrique, do Coritiba, o lateral Leonardo e o atacante Diogo, ambos da Portuguesa. O time paranaense lidera a Série B, e o
paulista está na segunda posição. Outros dois vêm do Fluminense, este sim um time de primeira divisão, o volante Arouca
e o meia Tiago Neves.
"Eu conheço futebol como
poucos neste país. Sei que são
grandes jogadores, que, somados ao nosso elenco, nos darão
um time competitivo no próximo ano", disse Gebran, que
chama a lista de "rascunho".
Ele afirmou que os problemas financeiros não vão impedir a contratação de atletas.
Defende que o Corinthians
busque investidores para reforçar o elenco em 2008.
"Todos esses jogadores são
possíveis. Se não quiserem
vender, depositamos a multa e
pronto, como fiz com o Héverton", afirmou, referindo-se ao
jogador que era da Ponte Preta
e que teve de depositar cerca de
R$ 300 mil para liberá-lo do
clube de Campinas.
Andrés, na semana passada,
afirmou que o time deve ir às
compras para 2008.
"Nós não podemos trazer
grandes jogadores, não podemos usar só a base e não podemos usar quem está aqui. Tem
que ser uma mescla de tudo. O
time realmente vai ser mais
competitivo, mas não significa
que será campeão ou vai descer
para a segunda divisão. A marca Corinthians é muito forte",
disse o presidente.
Em meio a essa discussão, os
cartolas tentam salvar a equipe. De acordo com Gebran, os
jogadores do Corinthians estão
sendo blindados. Em Recife,
um grupo de torcedores pediu
para falar com alguns atletas.
"Não deixei. O que eles mais
precisam neste momento é de
paz. Estou aqui para dar isso a
eles", afirmou o cartola.
"Eu proibi que os atletas, depois dos jantares nas concentrações, falem com jornalistas,
com torcedores ou outras pessoas", explicou ele.
"O trabalho está sendo bem-feito. Esse grupo está unido, está gostoso de trabalhar, apesar
da fase. Eu não tenho conseguido dormir desde que assumi o
cargo, estou estressado, e não
era assim, mas os jogadores
têm que ter retaguarda."
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