São Paulo, sexta-feira, 23 de outubro de 2009

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AÇÃO

Provocação de quarta


A precisão dos boletins de surfe está cada vez mais apurada, mas ainda assim a natureza surpreende

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

A GERAÇÃO mais nova de surfistas não viveu a ansiedade de ir para a praia sem saber as condições do mar. Durante muito tempo, o telefone do amigo do litoral, do filho do zelador que pegava onda ou do caseiro que sabia "ler" as condições foi a fonte para descer a serra com o espírito preparado.
Para a maioria, que não tinha esse acesso, a ansiedade seguia a viagem até a curva do "S" no morro da Boraceia, para quem ia para o litoral norte, e ali, ao avistar o mar, virava euforia ou decepção.
Começavam também, ali, as elucubrações sobre a qual praia ir, se o mar estaria subindo ou baixando, que prancha usar; quando não, preparar uma desculpa quando as ondas estavam grandes. Hoje só não sabe se tem onda, de que tamanho, com que intervalo, vento e formação quem não quer.
Desde o "disque-surfe", serviço telefônico que tem informantes pelo litoral, passando por boletins da web, que evoluíram a ponto de terem câmeras manipuladas pelos usuários remotos, até os informativos "personalizados" por e-mail, é inevitável tomar conhecimento da situação.
Entre os mais recentes desses serviços está o Líquid Dreams, que chega por e-mail duas vezes por semana. De leitura fácil e bem-humorada, é impossível não abri-lo entre os inúmeros e-mails que afogam a caixa de entrada. E, quando o do meio da semana chega anunciando boas condições, o sonho vira pesadelo para aqueles cujos compromissos não permitem uma fuga para a praia.
Serviços de monitoramento também são utilizados para os campeonatos e começam a ser encomendados para programar viagens com antecedência. Mas, apesar da precisão da era da informação, a natureza prega surpresas.
Nesta semana, o período de espera do Rip Curl Search, penúltima etapa do Mundial, em Portugal, começou na segunda-feira, e o início foi adiado com a previsão da entrada de um swell na quarta. As ondas realmente entraram, maiores que o esperado, destruíram a estrutura do evento, que foi adiado. Começou ontem, com ondas de um metro.

SUPERSURF
Após dez anos no Brasileiro, o Grupo Abril entrará na divisão de acesso do Mundial em 2010. Serão quatro etapas de 4 a 6 estrelas no país. O Brasileiro fica com o Max Sports, com comercialização da Brasil 1.

SELETIVA SUB-20
Diana Cristina e Gabriela Leite serão as surfistas do país no Mundial, em janeiro, na Austrália. Miguel Pupo lidera no masculino, e Jadson André tem a vaga pelo WQS.

FILMES DE MONTANHA
A nona Mostra Internacional começa hoje no Cine Odeon Petrobras (RJ), com snowboarding, escalada e BASE jump no programa.

sarli@trip.com.br


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