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Copa-2014 gera boom de ações no Congresso
Diferentes projetos de lei e pedidos de audiência pública tramitam em Brasília
Comitê Organizador Local do Mundial afirma que até agora não fez contato com parlamentares para tratar de atos ligados ao torneio
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No Congresso, a Copa de
2014 já começou. E, como ocorrerá na própria competição, os
"confrontos" variam dos inexpressivos aos grandes clássicos.
Dezenas de ideias de deputados federais e senadores, que
vão de simples requerimentos a
complexos projetos de lei, correm em Brasília tendo o Mundial como tema principal.
O que é bizarro tem tramitação rápida. Como o requerimento do deputado Ratinho
Júnior (PSC-PR) sugerindo
Londrina, no norte do Paraná,
"como cidade responsável pela
hospedagem de pelo menos
uma seleção de futebol participante da Copa de 2014". Foram
duas semanas para sua aprovação, que acabou com um envio
de ofício para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Muitas das ações de deputados geram custos. Como a enxurrada de requerimentos para
realizar "fóruns legislativos"
para tratar da Copa nos Estados onde os parlamentares têm
bases políticas. Como a criação
de comissões para a inspeção
dos preparativos nas 12 sedes.
Mas são os projetos de lei que
tratam de assuntos mais importantes. Um deles, de Beto
Albuquerque (PSB-RS), prevê
que o investimento feito pelos
clubes em arena sirva para abater dívidas das agremiações.
O deputado é ligado ao Inter,
um dos que serão beneficiados
caso o projeto seja aprovado e,
depois, sancionado por Lula.
Em setembro, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) lançou
projeto de tema que cai como
uma luva em exigência da Fifa e
que promete causar polêmica.
Raupp quer criar "zonas limpas" ao redor dos estádios do
Mundial e nos meios de transporte até as arenas.
O parlamentar define como
"zonas limpas" áreas livres de
camelôs, sem nenhum tipo de
publicidade que não seja autorizada pela Fifa e veículos portando qualquer tipo de propaganda no caminho dos estádios.
Além disso, o senador quer
proibir o uso de várias denominações do Mundial, até "Copa",
para a exploração comercial.
"Não tive contato com a CBF
e os organizadores do Mundial
para fazer o meu projeto. Foi
ideia da minha assessoria", diz
Raupp, que prevê dificuldades
na aprovação dessa proposta.
O Comitê Organizador Local
do Mundial de 2014 diz que até
hoje não fez contato com parlamentares para tratar de projetos do evento. E lembra que, ao
aceitar receber a Copa, o Brasil
se comprometeu a fazer toda a
adequação exigida pela Fifa.
O impacto no ambiente também foi parar no Congresso.
O deputado federal Fernando Gabeira (PV-RJ) fez requerimento, aprovado, para uma
audiência pública sobre os preparativos das concessões dos licenciamentos ambientais destinados às obras para a Copa.
Ideia mais complexa partiu
do senador Expedito Júnior
(PSDB-RO), cujo projeto de lei
visa "a obrigatoriedade da neutralização das emissões de gases de efeito estufa decorrentes
da realização da Copa".
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