São Paulo, sábado, 23 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Potência do petróleo, cidade de Macaé tem equipe de futebol em ascensão

LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

O combustível que move o município de Macaé é o mesmo que impulsionou o time de futebol revelação do Rio de Janeiro em 2010.
É do petróleo que vem a força do Macaé Esporte, clube que disputa a Série C do Brasileiro e, numa arrancada meteórica nos últimos anos, está a um empate da inédita segunda divisão do torneio.
Com 20 anos de existência, o clube estreou na elite do futebol carioca em 2008. No ano seguinte, o vice-campeonato na Série D do Brasileiro lhe deu vaga na Série C.
Agora, só precisa de um empate contra o Criciúma, hoje, na casa do rival, para garantir o acesso em 2011.
Toda a força do clube vem do petróleo. Não diretamente, mas pelo município.
Macaé, que tem 194.413 habitantes segundo o IBGE, é uma das cidades mais ricas do Brasil. Em 2010, recebeu R$ 345 milhões referentes a royalties do petróleo -isso representa cerca de 40% de seu orçamento.
Segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal referente a 2007, e divulgado no mês passado, Macaé aparece em 11º num ranking semelhante ao IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Por isso, a prefeitura é a principal patrocinadora do clube. Dos R$ 3 milhões anuais que o time gasta, cerca de R$ 1,3 milhão vem dela.
"O Macaé é fruto de uma parceria da sociedade, do município e do próprio clube, que buscou condições para que o time pudesse ter alcançado esta ascensão", disse à Folha o prefeito Riverton Mussi (PMDB), que se diz apenas torcedor do time. "Não opino em nada", diz.
A estrutura do clube é humilde. Pretende construir um CT e acaba de "ganhar" da prefeitura seu estádio municipal, que custou cerca de R$ 20 milhões, com capacidade para 8.000 torcedores.
"Se eu fosse o prefeito, também investiria no futebol", disse Valter Bittencurt, presidente do clube, que comemora a boa fase. "Há dez anos, estávamos na segunda divisão do Carioca. Nós traçamos metas e vamos cumprindo uma a uma", disse.
Em relação ao petróleo, o cartola reconhece sua importância à cidade e ao clube, mas diz que, diretamente, jamais recebeu ajuda do setor.
"A Petrobras nunca nos ajudou. E nunca tivemos ajuda de nenhuma empresa petrolífera. Macaé tem mais de 2.500 empresas que mexem diretamente e indiretamente com petróleo. E nunca sentimos o interesse deles em nos ajudar", afirmou. "A gente vê empresas locais ajudando equipes de outros lugares."


Texto Anterior: Record faz promessas por futebol
Próximo Texto: Rita Siza: Símbolo do desgoverno
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.