São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2011

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Com bronze, prata e reclamações da arbitragem, mulheres do Brasil fazem melhor campanha do país em Pans na luta livre

MARIANA LAJOLO
ENVIADA ESPECIAL A GUADALAJARA

Aline Ferreira, 25, e Joice da Silva, 28, prata e bronze, atingiram ontem a melhor campanha da luta livre feminina do Brasil em Pans. Em combates com arbitragem polêmica e reclamações.
Acostumada a ser pioneira, Aline disputou sua primeira competição da modalidade no adulto, quando ainda nem tinha idade para isso.
Ontem, com a derrota para Lisset Hechevarria (até 72 kg), em dois rounds, ganhou a primeira prata da luta livre feminina do país em Pans.
Um combate com uma arbitragem polêmica. A brasileira levou dois pontos no primeiro round que, diz ela, não existiram. Sua equipe chegou a pedir a revisão do lance, mas os juízes confirmaram o ponto para a cubana.
"Nem eu sei o que aconteceu. Alguém me explica de onde eles tiraram aqueles dois pontos que não existiram realmente", afirmou.
Aline disse que a marcação a desestabilizou um pouco. Atrás no placar, ela ficou mais ansiosa para dar seus golpes e acabou abrindo a guarda para a adversária.
"O que eu estou dizendo é que isso não pode ficar como marca. Quando um atleta está suficientemente bom para ser campeão, a arbitragem pode roubar que você vai lá e ganha", disse a brasileira.
Aline era judoca. Descobriu a luta livre em 2002 e passou a treinar os dois esportes. Um ano depois, optou pela luta após ver, num Mundial de Nova York, a importância do esporte no mundo.
Decidiu ser uma das pioneiras da divulgação da modalidade entre brasileiras.
Joice da Silva, 28, ganhou a medalha de bronze ao vencer a venezuelana Marcia Andrades (até 55 kg).
Ela também teve problemas com os juízes. Na semifinal, o árbitro cometeu um erro, e as atletas tiveram de repetir parte da luta após o fim do combate.
"Nunca havia perdido para a mesma adversária duas vezes no mesmo dia. Não sei o que teria acontecido se o árbitro não tivesse cometido aquele erro. Aquilo me atrapalhou, mas a venezuelana estava melhor", reconheceu.
A equipe brasileira conta com dois treinadores cubanos, Pedro Miguel Garcia Perez e Angel Torres Aldama. Neste ano, as lutadoras fizeram dois intercâmbios em Cuba. E participaram de torneios na Espanha, Polônia e Turquia, além do Brasileiro.
Joice recebe apoio do Solidariedade Olímpica, do Comitê Olímpico Internacional.
"Mas ainda é pouco. Patrocínio particular mesmo os atletas não têm, então a gente tem que aparecer."



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