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São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2003

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Clube paulista bate Sport e é campeão da Série B apesar de campo, jogador expulso e discussões nos bastidores

No agreste, Palmeiras vence contra tudo

DO ENVIADO A GARANHUNS

O Palmeiras encontrou forças na adversidade e conseguiu ontem à noite o inédito título da Série B. O time obteve uma virada de 2 a 1 sobre o Sport quando perdia com um jogador a menos, em um campo com gramado sofrível. Edmílson, o herói do jogo, ao marcar o segundo gol, quebrou um jejum de seis partidas.
Apesar de antes do jogo Marcos ter se desculpado por ter criticado o gramado local sem tê-lo conhecido, o campo duro de Garanhuns pareceu dar o tom do primeiro tempo da partida.
Nesse cenário, a bola corria mais rápido que o normal e quicava bastante. O jogo, ao mesmo tempo em que ganhou velocidade, perdeu organização.
O Sport começou com o domínio das ações, levando a bola e utilizando os lançamentos precisos de Vágner Mancini e Nildo para os atacantes. Weldon e Ricardinho se alternavam explorando as subidas do lateral-esquerdo Lúcio, que não estava bem na marcação e fazia muitas faltas.
No contragolpe do Palmeiras, no entanto, o time de Hélio dos Anjos falhava na marcação, deixando apenas dois zagueiros sem cobertura marcando Vágner e Edmílson. Assim, a primeira oportunidade de gol foi do Palmeiras. Aos 5min, Edmílson recebeu lançamento na esquerda, dentro da área, e bateu rasteiro para boa defesa de Maizena.
Com o passar do tempo, no entanto, o Palmeiras, que errava muitos passes, parou de atacar e o jogo foi dominado pelo clube pernambucano, que sempre explorava o lado esquerdo da defesa paulista. Aos 9min, Ricardinho recebeu lançamento por ali e cruzou para Valdir Papel, que foi desarmado quando ia tentar o gol.
Aos 17min, em outro cruzamento, Marcos deu rebote e Ricardinho chutou para fora, com o goleiro fora de posição. Aos 32min, Ricardinho invadiu a área e se jogou, pedindo pênalti. O juiz mandou seguir o lance.
O Sport permaneceu atacando até o fim da primeira etapa. Já o Palmeiras ficou atrás e pouco fez para ameaçar o gol de Maizena.
No intervalo, conselheiros do Sport foram reclamar com Virgílio Elísio, diretor do Departamento Técnico da CBF, presente à partida. Diziam que o juiz Heber Roberto Lopes estava prejudicando o Sport por não ter marcado o pênalti sobre Ricardinho. Diziam, inclusive, que não dariam cobertura policial ao árbitro após a partida e chamaram a CBF de máfia.
Após a confusão, no segundo tempo, o Palmeiras voltou bem melhor e passou a dominar o jogo. Edmílson, aos 11min, invadiu a área sozinho, e Maizena salvou com grande defesa.
O Palmeiras era superior, mas um minuto depois, Ricardinho sofreu falta de Gláuber na entrada da área paulista. O zagueiro Gaúcho cobrou com força e abriu o placar em Garanhuns, 1 a 0 para o clube pernambucano.
A partida começou a tomar tons dramáticos para o Palmeiras. Logo depois do revés, Adãozinho agrediu um jogador do Sport sem bola e foi expulso pelo árbitro.
Com um jogador a menos e sem opção, o Palmeiras se lançou à frente. A estratégia, apesar de desorganizada, deu certo, já aos 21min. Em um escanteio cobrado por Élson, Magrão subiu sozinho e desviou de cabeça, empatando.
Com o gol palmeirense, o jogo ficou ainda mais dramático. O Sport atacava, mas deixava todo o contragolpe para o time de São Paulo. Assim, aos 31min, o atacante Edmílson recebeu sozinho de Diego Souza e marcou o gol do título, o da volta à elite.
Após o lance, a torcida do Sport começou a deixar o Gigante do Agreste. Seu time, bravamente, partiu para cima e bombardeou o Palmeiras, sem sorte, até o apito final do jogo, que trouxe um alívio após os 370 dias de Série B do time do Parque Antarctica.
Quem ficou pôde ver ainda os jogadores comemorarem ajoelhados, no meio do campo, a virada e o título que redimiu o elenco palmeirense. (FERNANDO MELLO)


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