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São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2003

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FUTEBOL

Brincar de Eurocopa

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Eurocopa está enfim desenhada e, para o bem da maioria, com ótimos contornos. No próximo domingo, acontecerá o sorteio que definirá os grupos do torneio, que viu a classificação de todos os seus campeões.
A acirrada repescagem salvou Espanha, Holanda e Rússia, seleções que, pela história, seriam ausências sentidas na disputa que colocará Portugal no centro das atenções como nunca antes.
De finalistas de Eurocopa, só a Bélgica não brincará. A Iugoslávia foi a duas decisões, mas hoje inexiste, e a Croácia representará os bálcãs. Já a Rússia é a herdeira oficial da União Soviética.
Sem falar da secular rivalidade entre os países, a chegada das seleções de maior tradição à fase final conspira a favor da competição, que colocará todos os campeões em solo estrangeiro (mandante, Portugal é sim favorito).
O título, aliás, significará um prêmio de mais de US$ 20 milhões, quase três vezes o que a Fifa pagou à CBF pela Copa. A humilde Letônia, maior surpresa entre os 16 classificados, já abocanhou mais de US$ 5 milhões pela participação. E cada vitória na primeira fase renderá US$ 770 mil.
Poucas serão as grandes estrelas européias que verão a Euro pela TV. O galês Giggs (30 anos neste mês) praticamente deu adeus ao desejo de jogar pelo seu país um torneio de expressão (desde aquele gol de Pelé em 1958 o País de Gales não reage). Shevchenko ainda é novo, mas sua boa Ucrânia está passando do tempo e envergonhando os que tanto apostavam nela, como este colunista. O goleiro turco Rustu também pode ser incluído na pequena lista de astros ausentes, mas sua presença no Mundial já o deixou bastante exposto. No mais, um Solskjaer e um Carew aqui, um Roy Keane e um Duff ali, um Sonck lá, um Mihajlovic acolá. Nada a se lamentar demais.
A Euro resgatou as ótimas Holanda e República Tcheca, principais desfalques da Copa-02. As duas construíram grandes séries invictas após o Mundial. A Holanda, colocada em dúvida por alguns por uma derrota para a Escócia em que foi infinitamente superior (apesar de toda a sua crise de relacionamento), venceu nos últimos meses, entre outros, Inglaterra, Argentina, Espanha e Alemanha. A República Tcheca, por sua vez, ainda não perdeu após a Copa. Seu elenco e sua estrela (Nedved) estão no auge, e o prêmio veio com a definição dos cabeças-de-chave da Euro.
Além de Portugal, chefe do Grupo A, encabeçam chaves França, Suécia e República Tcheca. O critério adotado pela Uefa é a participação nas eliminatórias da Copa-02 e da Euro-04. Os suecos saíram no lucro porque tiveram a sorte de cair em grupos mais frágeis nessas eliminatórias.
Pela distribuição, estão em um segundo nível (?) Alemanha, Espanha, Inglaterra e Itália. Em um terceiro escalão (?), Croácia, Dinamarca, Holanda e Rússia. Os bobos (?) são Bulgária, Grécia, Letônia e Suíça. Você tem uma semana para brincar de montar grupos. O meu pior: Suécia, Alemanha, Rússia e Letônia. Melhor: França, Itália, Holanda e Grécia.
É brincadeira!

Europeus na Olimpíada
Três favoritos ao Europeu sub-21 foram eliminados: Espanha, França e República Tcheca. Essa é uma boa notícia para o Brasil, já que os três seriam grandes ameaças ao inédito ouro nos Jogos Olímpicos, em Atenas, no ano que vem. Alemanha, Belarus, Croácia, Itália, Portugal, Sérvia e Montenegro, Suécia e Suíça disputam três vagas na Olimpíada (uma já é da Grécia). Portugal, com o seu Ronaldo, já pinta como um forte candidato.

Europeus no Mundial sub-20
Os tchecos são os maiores rivais do Brasil na fase inicial, mas os espanhóis estão mais cotados. Alemanha, Eslováquia, Inglaterra e Irlanda também jogam. Com Argentina e Brasil desfalcados, todos têm mais chances.

E-mail: rbueno@folhasp.com.br


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