|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cai o ritmo da dança dos treinadores
Nacional atual será o de pontos corridos com mais clubes mantendo o mesmo comando do início ao fim
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles têm menos motivos neste Brasileiro para reclamar da
instabilidade da profissão. Na
era dos pontos corridos, iniciada em 2003, nenhuma edição
do torneio terá tantos clubes
com o mesmo treinador do início até ao fim do que a atual.
Com apenas duas rodadas
para o final, seis clubes estão
nessa situação, e nenhum deles
cogita demitir seu comando.
O recorde anterior era o
ocorrido em 2003 (cinco). Mas,
como naquela época o número
de participantes era maior, a
marca atual é muito mais significativa. O Brasileiro-06 terá
30% de seus times sem troca de
treinador. No ano passado, foram apenas 9%. Em 2003, 19%.
E a estabilidade, rara na profissão, vai invadir 2007. Vários
clubes já anunciaram que irão
continuar com seus treinadores. E isso não inclui só o campeão São Paulo, que renovou
com Muricy Ramalho por mais
dois anos. Times em posição intermediária, como Corinthians
e Botafogo, não mudarão de comando. Até o Fluminense, que
briga para não cair, anunciou
que Paulo César Gusmão permanece no cargo se desejar.
O cenário atual é bem diferente do registrado no passado
em vários aspectos.
A improvisação agora não
deu certo. Os seis times que não
trocaram de técnico são justamente os seis melhores na classificação. Em 2004 e 2005,
Santos e Corinthians, respectivamente, foram campeões
mesmo mudando de comando
durante a competição.
A classificação, aliás, mostra
bem que muitas trocas nada resolvem. Os quatro times hoje
na zona de rebaixamento tiveram juntos, sem contar interinos, 15 treinadores (nenhum
deles contou com menos de
três). No bloco intermediário
(times colocados entre sétimo e
décimo lugar), ninguém trocou
de técnico mais de uma vez.
Marcas históricas de longevidade foram batidas, como fez
Renato Gaúcho no conturbado
Vasco. Ele dirige a equipe, somando esta edição e a do ano
passado, há 67 rodadas. Ninguém manteve uma longevidade tão grande no mesmo clube
sem interrupções.
Muricy e Abel Braga são outros que se tornaram especialistas em estabilidade na era
dos pontos corridos. O primeiro, antes de dirigir o São Paulo
sem sustos, treinou o Internacional de forma integral nos
torneios de 2003 e 2005. Abel
resistiu durante toda a edição
de 2003 na Ponte Preta e em
2005 no Fluminense. Agora,
repete a dose no Inter.
A figura do treinador que pula de clube para clube também
se tornou mais rara.
Só oito técnicos trabalharam
em mais de uma equipe. No ano
passado, foram 13. Em 2004,
16. Na estréia dos pontos corridos, em 2003, dez.
E não foram só medalhões
que ganharam com o aumento
da estabilidade da prancheta.
Três dos seis que ficaram no
emprego durante todo o campeonato ainda não passaram
dos 45 anos (Caio Júnior, do
Paraná, Mano Menezes, do
Grêmio, e Renato Gaúcho).
Com MARIANA BASTOS, da Reportagem Local
Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Frase Índice
|