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Após cair na real, Palmeiras tenta sair das cordas
Equipe acusa o golpe em semana turbulenta e aposta no Ipatinga, lanterna da competição, para reagir no Brasileiro
Distantes da luta pelo título, jogadores se apegam à vaga na Libertadores e evitam até brincadeiras para não
serem mal interpretados
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
No Palmeiras que recebe o
Ipatinga, às 19h10, o lateral-esquerdo Leandro tem receio até
de brincar em público. O fato
contado pelo próprio nesta semana e que passou praticamente desapercebido mostra
que, em três dias, o ambiente
no Parque Antarctica mudou.
Mesmo após a derrota em casa para o Grêmio (1 a 0), no dia
9, o otimismo ainda norteava
gestos e palavras do elenco.
Dias depois do jogo, Vanderlei Luxemburgo, apesar dos desentendimentos com o goleiro
Marcos, tentava acertar o travessão de um dos gols do CT,
enquanto, ao seu lado, os jogadores organizavam a tradicional roda do "bobinho".
A partir da sexta retrasada,
dois dias antes da goleada sofrida perante o Flamengo (5 a 2)
que limou o time da disputa do
título brasileiro, o Palmeiras foi
jogado para as cordas.
Membros da torcida Mancha
Alviverde deram o primeiro
golpe antes mesmo de o time
viajar para o fatídico jogo no
Maracanã. Em Congonhas,
contestaram o comandante,
que ganhou uma tipóia no braço direito, e os comandados,
preocupados com a pressão.
Depois, Marcelinho Paraíba
jogou o primeiro jab (golpe preparatório no boxe) no Rio. Ibson, com três gols (sendo um de
letra), levou o Palmeiras à lona.
Quando os jogadores, ainda
grogues, reapresentaram-se no
CT da Barra Funda, na terça-feira, a equipe acusou a queda.
Um silêncio constante, explicado depois por Leandro.
"Você fica até meio assim de
fazer brincadeira no treino. Depois, o cara vê a gente dando risada e acha que ninguém se
preocupa com a situação."
No dia seguinte, Luxemburgo, muito mais manso que o de
costume com algumas perguntas dos jornalistas, estava visivelmente abatido.
"Foi uma das semanas mais
complicadas que eu tive na carreira. Fiquei triste, achei lamentável", afirmou o técnico.
O Palmeiras campeão paulista, que esbanjou confiança durante boa parte da temporada e
foi apontado como favorito ao
título, sentiu o peso de fracassar na luta pelo Brasileiro.
"Nesse momento difícil, acho
importante eu, com mais experiência, vir aqui passar tranqüilidade aos jogadores e à torcida", disse o goleiro Marcos, recrutado anteontem para uma
inesperada entrevista coletiva.
O que se espera, hoje, é que o
time seja capaz de assimilar sua
nova realidade de postulante à
vaga na próxima Libertadores.
O adversário para alavancar a
reação palmeirense não poderia ser melhor. Lanterna do torneio, com 34 pontos conquistados em 105 disputados, dono do
pior ataque da competição (35
gols) e com uma das defesas
mais vazadas (60), o Ipatinga
parece o "sparring" perfeito.
"Eles estão lutando para não
cair, mas mesmo assim será um
jogo difícil", disse o zagueiro
Roque Júnior, que chegou a ser
substituído no treino de anteontem. Luxemburgo poderá
voltar ao esquema com dois zagueiros, o que abriria uma vaga
no meio-campo.
"Temos a chance de terminar
o ano bem, com essa vaga na Libertadores", resumiu o atacante Alex Mineiro.
NA TV - Palmeiras x Ipatinga
Sportv (menos RJ e SP), às 19h10
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