São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2008

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Corinthians segura Mano e taça

Em dia de briga dentro e fora do campo, time bate Avaí e festeja renovação do técnico até fim de 2009

Corinthians 3
Avaí 2


EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

O que menos importou ontem no Pacaembu foi o jogo contra o Avaí, ou a vitória por 3 a 2. A torcida que lotou o estádio queria era festejar o título da Série B e a volta à elite do Brasileiro em 2009. E os corintianos caíram na festa, mesmo com briga fora de campo, entre torcida e polícia, e dentro dele, entre os times, que resultou na expulsão de quatro atletas.
Uma razão a mais para a festa foi que o técnico Mano Menezes assinou novo contrato com o clube, até o final de 2009. Pelo acordo, ele receberá, entre luvas e salários, R$ 350 mil por mês, como revelou a Folha.
Mano ainda acertou que, se receber oferta de equipe estrangeira, poderá deixar o Parque São Jorge sem pagar multa. Mas um acerto de cavalheiros firmado entre as partes promete empenho do técnico para conseguir compensação financeira ao Corinthians no caso de haver clube interessado nele.
Apesar da cláusula, tanto Mano como o Corinthians dizem que o treinador tem um projeto no clube. Por isso, para renovar, Mano exigiu um time competitivo no próximo ano.
Além de títulos, o objetivo é levar o Corinthians à Libertadores em 2010, ano do centenário do time alvinegro.
Ontem, o corintiano caiu na folia no Pacaembu embalado pela bateria da Gaviões da Fiel. O hino do clube foi cantado à exaustão. Depois, os atletas, com as camisas comemorativas com fotos de fãs que pagaram R$ 1.000 para ter a imagem no uniforme, foram a campo. Mas, no jogo, não parecia que as equipes já estavam na Série A.
O jogo foi tenso, com entradas duras de ambos os lados. E bastou Herrera fazer o primeiro gol, após bela jogada de Elias, aos 3min, para parte da torcida manchar a festa. Quem não conseguiu bilhete para entrar no Pacaembu tentou invadir o estádio. Houve confronto dos baderneiros com a PM.
Bombas de efeito moral foram lançadas para conter a torcida. E a PM pediu mais homens para controlar a situação.
O Avaí empatou, com Fábio Turatto, aos 5min, em meio ao estrondo dos artefatos da PM. O choque durou dez minutos, quando os policiais montaram barreira na frente do portão principal. Ninguém foi preso.
Com a torcida mais calma, o Corinthians fez 2 a1, aos 37min. De novo com Herrera e, de novo, após jogada de Elias.
Mas o clima só piorou na etapa final. E a pancadaria entre os atletas eclodiu após entrada de Batista em Elias. Houve empurra-empurra, e Morais e Marquinhos trocaram socos.
Quando a confusão foi controlada, o juiz Péricles Bassols expulsou os corintianos Elias e Morais e Marquinhos e Batista, do Avaí. "Trocamos socos. Se ele tivesse essa valentia toda, não teria fugido do Vasco", disse Marquinhos. "Nem o conheço para ele falar isso", rebateu o ex-vascaíno Morais.
A briga inflamou a torcida, que gritava "é campeão" e "o Coringão voltou". Com a bola rolando, os corintianos ampliaram o placar, aos 22min, com André Santos, após falha do goleiro Eduardo Martini. Marcus Vinícius descontou, aos 39min. Nos acréscimos, Chicão fez falta dura em Abuda e foi expulso.
No final, atletas das duas equipes se cumprimentaram e se abraçaram, como se nada tivesse acontecido. E o Corinthians levantou a taça da Série B e deu a volta olímpica sob os gritos de "campeão" da torcida e de "obrigação" da Gaviões.


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