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Corinthians segura Mano e taça
Em dia de briga dentro e fora do campo, time bate Avaí e festeja renovação do técnico até fim de 2009
Corinthians 3
Avaí 2
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
O que menos importou ontem no Pacaembu foi o jogo
contra o Avaí, ou a vitória por 3
a 2. A torcida que lotou o estádio queria era festejar o título
da Série B e a volta à elite do
Brasileiro em 2009. E os corintianos caíram na festa, mesmo
com briga fora de campo, entre
torcida e polícia, e dentro dele,
entre os times, que resultou na
expulsão de quatro atletas.
Uma razão a mais para a festa
foi que o técnico Mano Menezes assinou novo contrato com
o clube, até o final de 2009. Pelo
acordo, ele receberá, entre luvas e salários, R$ 350 mil por
mês, como revelou a Folha.
Mano ainda acertou que, se
receber oferta de equipe estrangeira, poderá deixar o Parque São Jorge sem pagar multa.
Mas um acerto de cavalheiros
firmado entre as partes promete empenho do técnico para
conseguir compensação financeira ao Corinthians no caso de
haver clube interessado nele.
Apesar da cláusula, tanto
Mano como o Corinthians dizem que o treinador tem um
projeto no clube. Por isso, para
renovar, Mano exigiu um time
competitivo no próximo ano.
Além de títulos, o objetivo é
levar o Corinthians à Libertadores em 2010, ano do centenário do time alvinegro.
Ontem, o corintiano caiu na
folia no Pacaembu embalado
pela bateria da Gaviões da Fiel.
O hino do clube foi cantado à
exaustão. Depois, os atletas,
com as camisas comemorativas
com fotos de fãs que pagaram
R$ 1.000 para ter a imagem no
uniforme, foram a campo. Mas,
no jogo, não parecia que as
equipes já estavam na Série A.
O jogo foi tenso, com entradas duras de ambos os lados. E
bastou Herrera fazer o primeiro gol, após bela jogada de
Elias, aos 3min, para parte da
torcida manchar a festa. Quem
não conseguiu bilhete para entrar no Pacaembu tentou invadir o estádio. Houve confronto
dos baderneiros com a PM.
Bombas de efeito moral foram lançadas para conter a torcida. E a PM pediu mais homens para controlar a situação.
O Avaí empatou, com Fábio
Turatto, aos 5min, em meio ao
estrondo dos artefatos da PM.
O choque durou dez minutos,
quando os policiais montaram
barreira na frente do portão
principal. Ninguém foi preso.
Com a torcida mais calma, o
Corinthians fez 2 a1, aos
37min. De novo com Herrera e,
de novo, após jogada de Elias.
Mas o clima só piorou na etapa final. E a pancadaria entre
os atletas eclodiu após entrada
de Batista em Elias. Houve empurra-empurra, e Morais e
Marquinhos trocaram socos.
Quando a confusão foi controlada, o juiz Péricles Bassols
expulsou os corintianos Elias e
Morais e Marquinhos e Batista,
do Avaí. "Trocamos socos. Se
ele tivesse essa valentia toda,
não teria fugido do Vasco", disse Marquinhos. "Nem o conheço para ele falar isso", rebateu o
ex-vascaíno Morais.
A briga inflamou a torcida,
que gritava "é campeão" e "o
Coringão voltou". Com a bola
rolando, os corintianos ampliaram o placar, aos 22min, com
André Santos, após falha do goleiro Eduardo Martini. Marcus
Vinícius descontou, aos 39min.
Nos acréscimos, Chicão fez falta dura em Abuda e foi expulso.
No final, atletas das duas
equipes se cumprimentaram e
se abraçaram, como se nada tivesse acontecido. E o Corinthians levantou a taça da Série
B e deu a volta olímpica sob os
gritos de "campeão" da torcida
e de "obrigação" da Gaviões.
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