São Paulo, terça-feira, 23 de novembro de 2010

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LOS GRINGOS

ENZO PALLADINI

Brasileiros em baixa


As estrelas do Brasil não estão bem na Itália. Só os "operários" escapam da má fase na Série A

NÃO É CERTO, mas é muito provável. Na próxima quinta-feira, Leonardo poderá ser o novo treinador da Inter de Milão. Na semana passada, ele almoçou com Massimo Moratti, presidente do clube campeão da Europa. É o principal candidato para um banco que está pegando fogo.
Moratti já decidiu que Rafa Benítez não vai ficar por muito tempo. A equipe está dando dó. Os jogadores não escutam mais o treinador. É quase certo que, na próxima quarta-feira, o jogo da Copa dos Campeões contra os holandeses do Twente voltará a ser um grande sofrimento. Moratti queria esperar chegar até janeiro e depois contratar Luciano Spalletti, campeão da Rússia com o Zenit. Mas a situação de Benítez está se tornando muito pesada.
Ninguém sabe se este novo trabalho vai ser feliz ou infeliz para Leonardo. Vai ser uma tarefa muito difícil, isso sim. Assim como é difícil o momento de muitos brasileiros que jogam a Série A do Italiano.
A Inter de Milão tem Júlio César, Maicon e Coutinho. Estão fora do time -cada um já sofreu uma lesão muscular. Amantino Mancini aparece de vez em quando no banco, mas não tem futuro. Lúcio é o único brasileiro que está jogando bem na Inter de Milão.
Os brasileiros do Milan não estão muito melhores. Ronaldinho jogou poucos minutos, no sábado, contra a Fiorentina. Como o técnico Massimiliano Allegri prefere escalar um meia como Seedorf, Dinho deve estar pensando que, em janeiro, talvez seja melhor mudar de time e de campeonato. Pato está fora por lesão, Robinho ainda não consegue se encaixar no time. Só Thiago Silva é considerado titular sempre.
A Roma tem Adriano, mas é improvável que o Imperador se torne a estrela deste campeonato. Voltou a jogar sábado, mas é sempre cheio de gordura e, talvez, retorne para o Brasil em janeiro.
A realidade é que as estrelas brasileiras nesta estranha Série A não têm funcionado. As verdadeiras estrelas são os atletas que, no Brasil, são considerados "operários", como Lúcio, Thiago Silva e Felipe Melo. O atleta da Juventus, criticado pela torcida na temporada passada, está virando um grande ídolo.
Para determinar se Leonardo será um bom negócio para a Inter, precisamos entender se é correto considerar Léo um treinador-estrela ou um operário. No primeiro caso, há pouca esperança. No segundo caso, ao contrário, Moratti está pensando bem. Afinal, no futebol, as coisas podem mudar em três dias, mas Benítez certamente não pode fazer milagres. Talvez Leonardo ou Spalletti possam.


ENZO PALLADINI é redator-chefe de Esporte da rede de TV italiana Mediaset


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