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CBF sofre revés jurídico com a mudança de horário
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local
A Justiça de São Paulo impôs
ontem à Confederação Brasileira
de Futebol sua segunda grande
derrota no ano em disputas jurídicas, negando-lhe uma liminar
que garantiria a realização da final
do Brasileiro às 16h de ontem.
O 4º vice-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Carlos Alberto Oetterer Guedes, manteve ontem liminar obtida pela Prefeitura de
São Paulo que transferiu o decisivo jogo entre Corinthians e Atlético-MG para após as 21h.
A entidade insistia na realização
da partida à tarde, atendendo aos
interesses da Rede Globo, que tinha definido sua programação
noturna, sem o jogo, havia quase
dois meses.
Em novembro, a Justiça Federal
do Distrito Federal já impusera
derrota à CBF, obrigando-a a alterar os rebaixados do Brasileiro-99
e manter o Gama, também do
Distrito Federal, na Série A.
Ontem, ao recusar o pedido da
CBF, o desembargador do Tribunal de Justiça argumentou que o
horário determinado pela entidade traria prejuízos ao comércio,
confusão ao trânsito e privaria a
população de assistir ao jogo pela
televisão, já que muitos estariam
trabalhando no horário.
"A partir de agora, a CBF terá
que consultar os prefeitos para
montar seu calendário. É um absurdo", disse Luiz de Camargo
Aranha Neto, advogado que defendeu a CBF no caso.
Ele afirmou ainda que a entidade estuda entrar com ação indenizatória contra a Prefeitura de São
Paulo. A Globo também estuda a
possibilidade.
O Clube dos 13, que agora reúne
20 dos principais times do Brasil,
terá uma reunião com a direção
da Rede Globo, na primeira semana de janeiro, para discutir medidas com o objetivo de evitar mudanças no horário de jogos decisivos em cima da hora.
A entidade pretende alterar o
regulamento da fase final do Brasileiro, quando os times disputam
mata-mata em dois ou três jogos.
A idéia é que eles passem a jogar
um número fixo de partidas
-provavelmente apenas duas.
O objetivo é facilitar o planejamento da programação da Globo,
que desembolsou US$ 70 milhões
para a transmissão do Brasileiro.
A emissora alega que seus programas especiais de fim-de-ano
são planejados com antecedência
e que é complicado alterar a programação, especialmente do horário nobre, de uma hora para outra -à tarde, ela é mais maleável.
Se o Corinthians ou o Atlético-MG tivesse vencido os dois primeiros jogos, não haveria o terceiro. Como a Globo, portanto, só
soube no domingo passado que
haveria a terceira partida, tinha
acertado com o Clube dos 13 e a
CBF que o jogo seria, necessariamente, à tarde, antes da novela
"Força de um Desejo".
Para a CBF, se o Clube dos 13
quiser alterar a forma de disputa
das finais no ano que vem, não
haverá problema. A entidade
aceita discutir as alterações.
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