São Paulo, Quinta-feira, 23 de Dezembro de 1999


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CBF sofre revés jurídico com a mudança de horário

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local

A Justiça de São Paulo impôs ontem à Confederação Brasileira de Futebol sua segunda grande derrota no ano em disputas jurídicas, negando-lhe uma liminar que garantiria a realização da final do Brasileiro às 16h de ontem.
O 4º vice-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Carlos Alberto Oetterer Guedes, manteve ontem liminar obtida pela Prefeitura de São Paulo que transferiu o decisivo jogo entre Corinthians e Atlético-MG para após as 21h.
A entidade insistia na realização da partida à tarde, atendendo aos interesses da Rede Globo, que tinha definido sua programação noturna, sem o jogo, havia quase dois meses.
Em novembro, a Justiça Federal do Distrito Federal já impusera derrota à CBF, obrigando-a a alterar os rebaixados do Brasileiro-99 e manter o Gama, também do Distrito Federal, na Série A.
Ontem, ao recusar o pedido da CBF, o desembargador do Tribunal de Justiça argumentou que o horário determinado pela entidade traria prejuízos ao comércio, confusão ao trânsito e privaria a população de assistir ao jogo pela televisão, já que muitos estariam trabalhando no horário.
"A partir de agora, a CBF terá que consultar os prefeitos para montar seu calendário. É um absurdo", disse Luiz de Camargo Aranha Neto, advogado que defendeu a CBF no caso.
Ele afirmou ainda que a entidade estuda entrar com ação indenizatória contra a Prefeitura de São Paulo. A Globo também estuda a possibilidade.
O Clube dos 13, que agora reúne 20 dos principais times do Brasil, terá uma reunião com a direção da Rede Globo, na primeira semana de janeiro, para discutir medidas com o objetivo de evitar mudanças no horário de jogos decisivos em cima da hora.
A entidade pretende alterar o regulamento da fase final do Brasileiro, quando os times disputam mata-mata em dois ou três jogos. A idéia é que eles passem a jogar um número fixo de partidas -provavelmente apenas duas.
O objetivo é facilitar o planejamento da programação da Globo, que desembolsou US$ 70 milhões para a transmissão do Brasileiro.
A emissora alega que seus programas especiais de fim-de-ano são planejados com antecedência e que é complicado alterar a programação, especialmente do horário nobre, de uma hora para outra -à tarde, ela é mais maleável.
Se o Corinthians ou o Atlético-MG tivesse vencido os dois primeiros jogos, não haveria o terceiro. Como a Globo, portanto, só soube no domingo passado que haveria a terceira partida, tinha acertado com o Clube dos 13 e a CBF que o jogo seria, necessariamente, à tarde, antes da novela "Força de um Desejo".
Para a CBF, se o Clube dos 13 quiser alterar a forma de disputa das finais no ano que vem, não haverá problema. A entidade aceita discutir as alterações.


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