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FUTEBOL
Presidente do clube e diretor ligado ao HMTF divergiram sobre tentativa de colocar Luizão na final
Manobra gerou atrito no Corinthians
FERNANDO MELLO
MAÉRCIO SANTAMARINA
da Reportagem Local
A manobra frustrada para tentar garantir a escalação do atacante Luizão na final de ontem, contra o Atlético- MG, gerou atrito
entre a direção do Corinthians e o
fundo norte-americano HMTF,
que injetou R$ 50 milhões só em
contratações para o time paulista.
O principal homem do HMTF
no Corinthians, o diretor José Roberto Guimarães, era contrário à
tentativa de conseguir uma liminar no Tribunal de Justiça Desportiva para assegurar a presença
do artilheiro do time na final.
Alberto Dualib, presidente do
Corinthians, manifestou a intenção de apelar ao ""tapetão" minutos após o jogo de domingo,
quando Luizão agrediu Mancine
para forçar a expulsão.
Se não tivesse levado o cartão
vermelho, o atacante estaria automaticamente fora do jogo de ontem, porque havia acumulado
cinco cartões amarelos.
E foi Dualib quem ganhou a
queda-de-braço. Orientado por
ele, os advogados do clube paulista entregaram o pedido de medida cautelar ontem à tarde.
Por analogia ao caso do vascaíno Edmundo, que em 97 conseguiu ser absolvido pelo TJD no intervalo das duas partidas entre o
clube carioca e o Palmeiras, Dualib acreditava que Luizão teria
condições de jogo.
"Vou fazer o que puder para colocar o Luizão em campo", afirmou Dualib no domingo.
Carlos Nujud, diretor do clube e
homem de confiança do presidente, também manifestou durante a semana a intenção de ter o
atacante "a qualquer custo" na final. "Vamos tentar tomar as medidas para que o Luizão tenha
condições de jogo", afirmou, anteontem, no Parque São Jorge.
Guimarães, por seu lado, mostrou-se totalmente contrário à
manobra. "O Corinthians é muito
maior do que tudo isso. Temos time para vencer o Atlético sem o
Luizão no Morumbi ou em qualquer lugar. Pessoalmente, eu era
contra entrar no TJD", declarou o
dirigente, após o anúncio do indeferimento do pedido por parte
do presidente do tribunal, Sérgio
Zveiter, às 20h.
"Existe uma portaria do MEC
(Ministério da Educação e Cultura) que impede que eu aceite esse
tipo de pedido em caso de jogador
expulso. Por isso, indeferi o pedido. Não levo em conta a torcida,
só a lei. Apenas agi de acordo com
ela", declarou Zveiter em entrevista a uma emissora de rádio.
A decisão só comprova a tese de
que o clube paulista não tem a
mesma força política que outras
equipes no TJD.
Ainda na primeira fase, Vasco e
Corinthians sofreram punições
semelhantes, mas que foram
cumpridas de modo diferente.
Enquanto o Vasco perdeu o mando de partidas e jogou no Rio, o
clube paulista teve que se deslocar
cerca de 450 km para jogar. O Corinthians cumpriu a punição no
Maracanã, em confrontos com o
Atlético-MG e com o Inter.
Logo após o anúncio de que
Luizão estava fora, o presidente
do Corinthians, Alberto Dualib,
tentou mostrar que o clube não
precisava de apoio no tapetão.
"O Corinthians deu um exemplo ao futebol brasileiro", afirmou, também em entrevista a
emissoras de rádio.
Com a impossibilidade de contar com Luizão, o técnico Oswaldo Oliveira surpreendeu ao escalar um time mais defensivo.
Oliveira reforçou a marcação no
meio-campo ao colocar o volante
Gilmar no lugar de Luizão, deixando o atacante Fernando no
banco de reservas.
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