São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 2004

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Seleção deixa a lanterna e está a um ponto de Atenas

Brasil abre placar, toma susto, mas vence o Chile e vai decidir vaga amanhã contra o Paraguai

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A VIÑA DEL MAR

A rodada começou com o Brasil na lanterna do quadrangular final, mas terminou com o time nacional em ótima situação para garantir vaga nos Jogos de Atenas.
Mesmo com um jogador a menos durante todo o segundo tempo, e novamente usando a cabeça para marcar gols, a seleção venceu ontem o Chile no Pré-Olímpico por 3 a 1 e só precisa amanhã, contra o Paraguai, de um empate para tentar em agosto sua primeira medalha de ouro olímpica.
Com a derrota, os anfitriões do torneio foram eliminados.
Foi a primeira vez que Ricardo Gomes manteve o time de um jogo para outro do Pré-Olímpico.
Isso no ambiente mais hostil que o time encontrou até agora na competição. O estádio Sausalito estava lotado, com a torcida chilena, apoiada pelos fãs argentinos, xingando jogadores e os poucos brasileiros nas arquibancadas. Ao final do jogo, aconteceu uma discussão e empurrões entre os jogadores das duas equipes.
No início, essa pressão não funcionou. Logo aos 5min, Daniel Carvalho bateu falta pela esquerda, Dudu Cearense desviou de cabeça e o atacante Marcel, também de cabeça, marcou pela terceira vez na competição.
A vantagem brasileira só não acabou rápido por obra do goleiro Gomes. Aos 12min, Dudu Cearense derrubou Valdívia na área. Um minuto depois, Aceval cobrou o pênalti com forte chute, mas o goleiro do Cruzeiro fez grande defesa.
A perícia que sobrou nesse lance faltou em outra jogada de bola parada. Aos 30min, Gonzalez cobrou de falta da intermediária. Gomes não pediu barreira, o chileno chutou forte, à meia-altura, e empatou o confronto.
Acuado, o Brasil dificilmente passava do meio-campo. Quando avançava, só levava perigo no jogo aéreo, como aos 37min, quando Marcel quase faz o segundo de seu time com a cabeça.
Mas era o Chile quem criava as melhores chances. Aos 43min, Gonzalez, em forte chute cruzado de fora da área, só não marcou por bela defesa de Gomes.
No final do primeiro tempo, descontrolado, o Brasil ficou com um jogador a menos. O lateral Maicon deu um soco por trás no chileno Beausejour e foi expulso.
Na tentativa de arrumar sua equipe, Ricardo Gomes fez uma mudança ainda do final da etapa, com Elano no lugar de Marcel.
Mais calmo e bem distribuído taticamente, o Brasil novamente usou a cabeça para ficar em vantagem no início do segundo tempo. Aos 6min, Rochemback bateu falta pela direita e encontrou, livre na área, Dudu Cearense, que cabeceou com categoria para fazer o segundo da seleção brasileira.
Antes do confronto de ontem, o Brasil já havia se destacado no jogo aéreo. O zagueiro Alex, por exemplo, marcou dois gols de cabeça -contra o próprio Chile, na primeira fase, e diante da Colômbia, na repescagem.
A partir do segundo gol brasileiro, foi o Chile que se descontrolou. Mais preocupado em cometer faltas e simular agressões, os anfitriões deram espaço para os visitantes ampliarem o placar. Aos 15min, Robinho fez jogada pela direita e cruzou. O goleiro rebateu, e Diego fez o terceiro. A dupla santista havia prometido chamar a responsabilidade pela vitória na véspera do duelo.
A partir desse momento, o ritmo do jogo diminuiu muito. O Chile só ameaçou descontar aos 36min, em bola que acertou a trave defendida por Gomes.
Contra o Paraguai, o Brasil, além do expulso Maicon, não terá Fábio Rochemback, que levou o segundo amarelo e está suspenso.


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