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Seleção deixa a lanterna e está a um ponto de Atenas
Brasil abre placar, toma susto, mas vence o Chile e vai decidir vaga amanhã contra o Paraguai
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A VIÑA DEL MAR
A rodada começou com o Brasil
na lanterna do quadrangular final, mas terminou com o time nacional em ótima situação para garantir vaga nos Jogos de Atenas.
Mesmo com um jogador a menos durante todo o segundo tempo, e novamente usando a cabeça
para marcar gols, a seleção venceu
ontem o Chile no Pré-Olímpico
por 3 a 1 e só precisa amanhã, contra o Paraguai, de um empate para
tentar em agosto sua primeira
medalha de ouro olímpica.
Com a derrota, os anfitriões do
torneio foram eliminados.
Foi a primeira vez que Ricardo
Gomes manteve o time de um jogo para outro do Pré-Olímpico.
Isso no ambiente mais hostil
que o time encontrou até agora na
competição. O estádio Sausalito
estava lotado, com a torcida chilena, apoiada pelos fãs argentinos,
xingando jogadores e os poucos
brasileiros nas arquibancadas. Ao
final do jogo, aconteceu uma discussão e empurrões entre os jogadores das duas equipes.
No início, essa pressão não funcionou. Logo aos 5min, Daniel
Carvalho bateu falta pela esquerda, Dudu Cearense desviou de cabeça e o atacante Marcel, também
de cabeça, marcou pela terceira
vez na competição.
A vantagem brasileira só não
acabou rápido por obra do goleiro Gomes. Aos 12min, Dudu Cearense derrubou Valdívia na área.
Um minuto depois, Aceval cobrou o pênalti com forte chute,
mas o goleiro do Cruzeiro fez
grande defesa.
A perícia que sobrou nesse lance faltou em outra jogada de bola
parada. Aos 30min, Gonzalez cobrou de falta da intermediária.
Gomes não pediu barreira, o chileno chutou forte, à meia-altura, e
empatou o confronto.
Acuado, o Brasil dificilmente
passava do meio-campo. Quando
avançava, só levava perigo no jogo aéreo, como aos 37min, quando Marcel quase faz o segundo de
seu time com a cabeça.
Mas era o Chile quem criava as
melhores chances. Aos 43min,
Gonzalez, em forte chute cruzado
de fora da área, só não marcou
por bela defesa de Gomes.
No final do primeiro tempo,
descontrolado, o Brasil ficou com
um jogador a menos. O lateral
Maicon deu um soco por trás no
chileno Beausejour e foi expulso.
Na tentativa de arrumar sua
equipe, Ricardo Gomes fez uma
mudança ainda do final da etapa,
com Elano no lugar de Marcel.
Mais calmo e bem distribuído
taticamente, o Brasil novamente
usou a cabeça para ficar em vantagem no início do segundo tempo. Aos 6min, Rochemback bateu
falta pela direita e encontrou, livre
na área, Dudu Cearense, que cabeceou com categoria para fazer o
segundo da seleção brasileira.
Antes do confronto de ontem, o
Brasil já havia se destacado no jogo aéreo. O zagueiro Alex, por
exemplo, marcou dois gols de cabeça -contra o próprio Chile, na
primeira fase, e diante da Colômbia, na repescagem.
A partir do segundo gol brasileiro, foi o Chile que se descontrolou. Mais preocupado em cometer faltas e simular agressões, os
anfitriões deram espaço para os
visitantes ampliarem o placar.
Aos 15min, Robinho fez jogada
pela direita e cruzou. O goleiro rebateu, e Diego fez o terceiro. A dupla santista havia prometido chamar a responsabilidade pela vitória na véspera do duelo.
A partir desse momento, o ritmo do jogo diminuiu muito. O
Chile só ameaçou descontar aos
36min, em bola que acertou a trave defendida por Gomes.
Contra o Paraguai, o Brasil,
além do expulso Maicon, não terá
Fábio Rochemback, que levou o
segundo amarelo e está suspenso.
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