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Cheio de dívidas, Della Monica 2 lança seu "PAC"
Reeleita, diretoria do Palmeiras estuda abrir fundo de investimento em atletas para gerar nova fonte de receita
Dirigentes fazem novo
empréstimo e usam como
garantia cota de patrocínio
da Pirelli, última renda do
time que ainda estava livre
EDUARDO OHATA
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Reeleito na madrugada de
ontem, o presidente do Palmeiras, Affonso della Monica, inicia seu segundo mandato sem
nenhuma fonte de renda relevante livre. Assim, sua diretoria
estuda captar recursos com a
criação de um fundo de investimentos ao público, cujos ativos
seriam os jogadores do time.
A idéia é sintoma da penúria
do Palmeiras na nova gestão de
Della Monica. Por 33 votos, ele
bateu Roberto Frizzo, apoiado
por Mustafá Contursi, em eleição no Conselho Deliberativo.
Antes disso, na última sexta-feira, sua diretoria empenhou a
última fonte de recursos do
Palmeiras ainda liberada.
Foi feito um empréstimo de
R$ 4 milhões com um agente financeiro. A garantia foram as
cotas de patrocínio da Pirelli,
que serão dadas ao credor se a
dívida não for paga. O dinheiro
saldou débitos do clube com o
Imposto de Renda e o INSS.
Receitas de TV, do patrocínio
da Adidas e da venda de ingressos já foram comprometidas
por outros empréstimos.
Diante deste cenário, o grupo
de Della Monica pressiona os
neo-aliados Gilberto Cipullo,
Seraphim del Grande e Luiz
Gonzaga Beluzzo, que prometerem parcerias com novos investidores ao clube.
Entre as idéias do grupo, está
o fundo de investimento em
atletas. Ainda há a possibilidade de negociar porcentagens
dos jogadores para empresários. Outro projeto é uma parceria para tornar o Parque Antarctica uma arena multiuso.
Até a abertura de capital do clube surge como última opção.
""Estamos conversando com
executivos, gente do mercado
financeiro, sobre essa idéia. Seria um fundo como os outros,
regularizado junto à Comissão
de Valores Mobiliários [que regula empresas da Bolsa de Valores], e que teria os jogadores
como ativos", disse Beluzzo.
Segundo o dirigente, o grupo
também conversa com a alemã
Siemens sobre uma arena multiuso do Palmeiras. A reeleição
vai acelerar as negociações.
O grupo de Beluzzo, que se
aliou recentemente a Della Monica, é o mesmo que administrou a parceria Parmalat. Mas
os jogadores, que agora vivem
com salários atrasados, admitem que a situação é diferente.
"Os tempos são outros. [Antes] Tinha uma parceria, outra
estrutura financeira", reconheceu Edmundo, que vivenciou a
época da parceria no início da
década de 90 e, por isso, gostou
da reeleição de Della Monica.
Um sinal dos tempos foi que,
antes da votação para presidente, o conselho aprovou as contas de 2006, com déficit acima
de R$ 40 milhões.
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