São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

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Cheio de dívidas, Della Monica 2 lança seu "PAC"

Reeleita, diretoria do Palmeiras estuda abrir fundo de investimento em atletas para gerar nova fonte de receita

Dirigentes fazem novo empréstimo e usam como garantia cota de patrocínio da Pirelli, última renda do time que ainda estava livre

EDUARDO OHATA
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Reeleito na madrugada de ontem, o presidente do Palmeiras, Affonso della Monica, inicia seu segundo mandato sem nenhuma fonte de renda relevante livre. Assim, sua diretoria estuda captar recursos com a criação de um fundo de investimentos ao público, cujos ativos seriam os jogadores do time.
A idéia é sintoma da penúria do Palmeiras na nova gestão de Della Monica. Por 33 votos, ele bateu Roberto Frizzo, apoiado por Mustafá Contursi, em eleição no Conselho Deliberativo.
Antes disso, na última sexta-feira, sua diretoria empenhou a última fonte de recursos do Palmeiras ainda liberada.
Foi feito um empréstimo de R$ 4 milhões com um agente financeiro. A garantia foram as cotas de patrocínio da Pirelli, que serão dadas ao credor se a dívida não for paga. O dinheiro saldou débitos do clube com o Imposto de Renda e o INSS.
Receitas de TV, do patrocínio da Adidas e da venda de ingressos já foram comprometidas por outros empréstimos.
Diante deste cenário, o grupo de Della Monica pressiona os neo-aliados Gilberto Cipullo, Seraphim del Grande e Luiz Gonzaga Beluzzo, que prometerem parcerias com novos investidores ao clube.
Entre as idéias do grupo, está o fundo de investimento em atletas. Ainda há a possibilidade de negociar porcentagens dos jogadores para empresários. Outro projeto é uma parceria para tornar o Parque Antarctica uma arena multiuso. Até a abertura de capital do clube surge como última opção.
""Estamos conversando com executivos, gente do mercado financeiro, sobre essa idéia. Seria um fundo como os outros, regularizado junto à Comissão de Valores Mobiliários [que regula empresas da Bolsa de Valores], e que teria os jogadores como ativos", disse Beluzzo.
Segundo o dirigente, o grupo também conversa com a alemã Siemens sobre uma arena multiuso do Palmeiras. A reeleição vai acelerar as negociações.
O grupo de Beluzzo, que se aliou recentemente a Della Monica, é o mesmo que administrou a parceria Parmalat. Mas os jogadores, que agora vivem com salários atrasados, admitem que a situação é diferente.
"Os tempos são outros. [Antes] Tinha uma parceria, outra estrutura financeira", reconheceu Edmundo, que vivenciou a época da parceria no início da década de 90 e, por isso, gostou da reeleição de Della Monica.
Um sinal dos tempos foi que, antes da votação para presidente, o conselho aprovou as contas de 2006, com déficit acima de R$ 40 milhões.


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