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Empresários já limparam a surpresa da Copa SP
Destaques do finalista Rio Branco foram vendidos antes de o torneio começar
Felipe, artilheiro do time, tem 40% de seus direitos com agente, enquanto pacote de cinco atletas foi negociado por R$ 230 mil
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Finalista da Copa São Paulo
de juniores, o Rio Branco de
Americana tem uma das equipes mais promissoras que disputaram a tradicional competição nos últimos anos -o título
desta edição será decidido amanhã, contra o Figueirense, que
eliminou ontem o São Paulo
com uma vitória por 1 a 0.
Mas os clubes interessados
nos jogadores da equipe do interior paulista, que está invicta,
vão chegar atrasados.
Antes mesmo de entrar em
campo pela "Copinha", empresários já tinham comprado vários dos destaques da equipe.
Principal artilheiro do time,
com sete gols, o meia-atacante
Felipe teve 40% de seus direitos adquiridos por Edison Fassina, empresário com forte presença no interior de SP.
Mais ousado ainda foi Delcir
Sonda, dono de uma rede de supermercados que montou uma
empresa para negociar atletas
-o são-paulino Breno, recentemente vendido para o Bayern
de Munique, foi um de seus melhores negócios (a transação
lhe rendeu R$ 10 milhões).
No ano passado, ele desembolsou, segundo dirigentes do
Rio Branco, R$ 230 mil para adquirir os direitos sobre cinco
atletas das categorias de base
do clube de Americana, incluindo outros destaques do time na Copa São Paulo, como
Índio e Denis, e o atacante
Joãozinho, tido como a maior
revelação do clube nos últimos
anos e que já ficou de fora do time que joga a Copa SP.
"A diretoria anterior vendeu
os jogadores por preço de banana", diz Carlos Folha, um dos
nove integrantes do colegiado
que hoje administra o Rio
Branco, que nunca antes havia
ido tão longe na "Copinha".
Ele diz que Sonda pode tirar
os jogadores do clube quando
bem entender. "Está no contrato, e o clube cumpre seus compromissos", diz o cartola.
Clube com tradição de revelar atletas -de lá saíram, entre
outros, os volantes Mineiro,
Marcos Assunção e Marcos
Senna, o atacante Marcelinho
Paraíba e dois jogadores que ficaram famosos por serem "gatos", como Sandro Hiroshi e
Anaílson-, o Rio Branco garimpou quase toda a equipe que
agora brilha em sua região. Felipe, de Piracicaba, é exemplo.
A nova geração, mesmo com
boa parte dela já nas mãos de
empresários, é a esperança de o
clube quitar sua dívida, que os
dirigentes calculam hoje em R$
5 milhões. O mesmo valor, segundo os cartolas, já teria caducado por ser relativo a débitos
antigos com o INSS.
"Alguns atletas, como o centroavante Helerson, ainda são
100% nossos", diz Jair Camargo, outro membro do colegiado.
"Quando acabar a Copa São
Paulo, estamos abertos para
qualquer negociação."
Se realmente vender o que
ainda resta em suas mãos do
elenco que brilha na Copa São
Paulo, o clube tornará mais difícil o retorno de seu time profissional à primeira divisão do
Campeonato Paulista.
A comissão técnica espera
aproveitar oito ou nove jogadores que jogam a competição de
juniores na equipe principal.
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