São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 2009

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Mano incendeia política corintiana

Treinador inicia discussão entre a situação e a oposição após declarar apoio a Andres Sanchez na eleição de fevereiro

Rival do atual presidente, Osmar Stábile faz criticas ao técnico, pede retratação e afirma que a MSI tem feito negócios com a diretoria


EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

A declaração de apoio de Mano Menezes ao presidente Andres Sanchez na eleição de 14 de fevereiro desencadeou um debate acalorado entre situação e oposição do Corinthians, com acusações pesadas.
Na última quinta-feira, à Folha o treinador corintiano, ao ser questionado se seguiria no clube caso a oposição vencesse, disse: "O presidente Andres ganhará, porque o trabalho de reestruturação do clube é bom, os sócios sabem disso, e a continuidade é importante para que não haja arrependimento".
Ontem, ao lançar oficialmente sua candidatura, o oposicionista Osmar Stábile atacou o treinador. "Fiquei chateado. Ele ganha salário para comandar o time, não para fazer política. Exijo a retratação dele. Aliás, quero ver se o projeto dele é bom para o clube ou só para ele e para o Carlos Leite."
Em 2008, a Folha revelou que Leite, agente de Mano, emprestou R$ 600 mil ao clube para as contratações de Eduardo Ramos e Wellington Saci.
"O Mano não tem projeto nenhum. Ele está encaixado dentro de um projeto do Corinthians. O Osmar não entende de futebol, entende de mola", declarou o situacionista André Luiz de Oliveira, um dos principais aliados do presidente, referindo-se ao ramo de atuação profissional do opositor.
Stábile aproveitou a ocasião para disparar contra a atual administração, em especial a diretoria de marketing.
"Marketing se faz, e não se fala. Não houve planejamento para trazer o Ronaldo. Por isso, no Flamengo, ele fazia esteira a custo zero. Aqui, ele faz esteira ganhando R$ 400 mil. Na contratação dele, o presidente [Andres] apareceu mais do que o jogador", declarou o candidato.
"Marketing bom era o comandado pela Carla Dualib na diretoria em que Osmar era o vice de esportes terrestres", ironizou Oliveira. "Fui eu quem levou o Osmar ao clube, que o apresentei à política, e fui muito xingado por isso. Ele era meu amigo, mas hoje não é nada", falou o situacionista.
O candidato de oposição levantou suspeitas sobre a empresa Turbo Sports, que comprou parte dos direitos de André Santos, e insinuou envolvimento de Andres com Kia Joorabchian, que dirigia a MSI, ex-parceira do Corinthians.
"Perguntei a ele [Andres] quem era a Turbo Sports. Ele disse: "Eu só sei que o Corinthians precisa de dinheiro e eu preciso pagar, não importa de onde vem o dinheiro"."
"Eu confirmo que tem coisa por trás com o Kia", disse ele, que ainda defendeu a exclusão de Andres do clube por seu envolvimento com o Palmeirinha de Porto Ferreira em 2001.
À época Andres controlava o futebol do time do interior e foi afastado do Corinthians por supostamente desviar jogadores da base para o Palmeirinha.
"No que o Andres lesou o clube? Se ele gastou o dinheiro dele no Palmeirinha é problema dele", defendeu Oliveira.
"Em relação ao Kia, o mundo todo tem envolvimento com ele. O Kia compra jogadores em todo o lugar, mas saiu daqui escorraçado. Não seria burro de voltar", disse o conselheiro.


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