São Paulo, terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

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Cubano que desertou no Pan-07 foge para os EUA

Pugilista Rigondeaux foi deportado do Brasil e vivia no ostracismo em Cuba

Atleta bicampeão olímpico que ficou fora dos Jogos de Pequim deve agora se tornar profissional e ter a carreira agenciada por firma alemã

DA REPORTAGEM LOCAL

Guillermo Rigondeaux, 27, chegou ontem a Miami para tentar terminar empreitada iniciada sem sucesso em 2007: deixar Cuba e se aventurar em uma carreira internacional.
O pugilista cubano, que teria passado pelo México durante a fuga, está hospedado com antigos companheiros de seleção e também deve passar a ser agenciado pela empresa alemã Arena Box Promotions, que já trabalha com Yuriorkis Gamboa, Erislandy Lara e Odlanier Solís.
As informações são do jornal de Miami "El Nuevo Herald".
"Queremos que ele faça parte do nosso grupo de boxeadores e abrir todas as portas para que ele cumpra seu sonho de ser campeão mundial", disse o representante da Arena nos EUA Luis de Cubas à publicação.
Bicampeão olímpico e mundial, Rigondeaux já havia tentado deixar Cuba em 2007. Durante o Pan do Rio, fugiu da Vila com o conterrâneo Erislandy Lara. Eles ficaram quase duas semanas escondidos no Estado do Rio até serem presos.
Os cubanos foram deportados menos de 48 horas depois de terem sido localizados.
À época o Ministério da Justiça informou que o Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) não discutiu o caso dos atletas, que poderiam ter recebido refúgio no Brasil.
Em setembro do mesmo ano, no entanto, o país deu asilo aos também cubanos Rafael Capote (handebol) e Michel Fernandez Garcia (ciclismo), que desertaram também no Pan.
Segundo a Arena, que contratou advogado para ajudar os pugilistas no Rio, a intenção deles de abandonar Cuba vinha desde 2004 e a dupla já teria até contrato assinado.
O Consulado Geral da Alemanha no Rio informou durante o imbróglio que os cubanos haviam feito pedido de visto.
Deportados para Cuba, os pugilistas permaneceram no ostracismo, sem perspectiva de retornarem aos ringues.
Os dois chegaram a pedir desculpas públicas e manifestaram desejo de voltarem a representar o seu país. Mesmo assim, Rigondeaux foi impedido de disputar os Jogos de Pequim, no ano passado.
Com a equipe desfalcada por deserções e recheada de novatos, o tradicional boxe de Cuba ganhou apenas quatro medalhas de prata e quatro de bronze na competição chinesa.
Lara, por sua vez, saiu de Cuba em julho de 2008 rumo a Hamburgo, na Alemanha. A fuga ocorreu via México. Hoje, segundo o "El Nuevo Herald", ele também vive em Miami e já iniciou a carreira profissional.


Com agências internacionais



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