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primeiro ato
Corinthians, 99, inicia sua maior saga
Às vésperas do centenário e após 239 dias de ansiedade, time estreia na Libertadores contra pequeno Racing, do Uruguai
Clube dedicou oito meses na montagem da equipe para o cobiçado torneio, porém agora ameniza discurso de obrigação de conquista
MARTÍN FERNANDEZ
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Foram 239 dias de ansiedade, pressão antecipada e gastos
exagerados. Hoje, enfim, o Corinthians estreia na competição mais importante dos seus
quase cem anos de história.
Desde que conquistou o título da Copa do Brasil, em 1º de
julho de 2009, não há outro assunto no clube. Às 21h50, contra o Racing do Uruguai, no Pacaembu, começa a Libertadores para o Corinthians.
A conquista do principal
interclubes do continente, justamente no ano do centenário,
virou obsessão, quase neurose
no Parque São Jorge.
Ter o troféu que todos os
principais rivais já possuem há
pelo menos 11 anos -desde que
o Palmeiras venceu a edição de
1999- virou obrigação, imposta pela torcida e ampliada pelas
últimas participações e eliminações. Todas de maneira dramática para a equipe alvinegra.
Por conta disso, o Corinthians jogou fora todo o segundo semestre de 2009. Fez do
Brasileiro em que se credenciava como um dos favoritos um
aquecimento de longa duração.
No decorrer dos últimos oito
meses, o Corinthians se preocupou quase que exclusivamente em montar uma equipe
capaz de vencer o torneio.
Para isso, trouxe jogadores
experientes e montou um elenco caro. Na previsão orçamentária, foram designados mais de
R$ 110 milhões para pagar salários e direitos de imagem.
O presidente Andres Sanchez admitiu que gastou muito
nesta temporada. E prometeu
equilibrar as contas com retenção de gastos em 2011.
Tudo para tentar fazer, a partir de hoje, o caminho até o título mais cobiçado de sua história. Esse tratamento especial
dado à Libertadores parece ter
começado a incomodar à medida que a estreia do time na
competição se aproximou.
Se antes diretoria e elenco
engrossavam o coro de que o
torneio continental seria prioridade no centenário, aos poucos o discurso se amenizou.
Tudo para tentar evitar que
uma nada absurda eliminação
na fase de mata-matas do torneio se transforme em tragédia
e protestos, numa temporada
projetada pelo clube para ser de
celebrações pelos cem anos.
Ronaldo, o símbolo do elenco
montado para finalmente
transformar o Corinthians em
campeão continental, tenta diminuir uma eventual cobrança
por um "fracasso".
"Tem que entrar com tranquilidade, com alegria de jogar.
A gente está ali para jogar futebol, fazer o público sair satisfeito", disse o Fenômeno. "Mas
tem que entrar sem o peso, sem
pensar na obsessão do torcedor, nessa pressão externa que
está se criando em torno de Corinthians e Libertadores."
O técnico Mano Menezes, vice-campeão com o Grêmio em
2007, disse ontem que até gosta
de "um certo nível" de ansiedade. "Fizemos tudo o que deveríamos ter feito antes dos jogos", afirmou Mano. "Temos a
consciência tranquila de que a
preparação foi boa. Agora falta
o mais importante."
NA TV - Corinthians x Racing
Globo, ao vivo, às 21h50
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