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Paulista acaba, mas disputa nos bastidores continua em curso; borderô da final não é aprovado
Federação bloqueia renda do campeão Corinthians
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
Assim que Fábio Luciano ergueu o 25º troféu estadual corintiano, o site oficial do clube comemorou: "Acabou a guerra. Corinthians campeão". Para os alvinegros, a batalha contra os aliados
São Paulo/Eduardo José Farah
havia chegado ao fim. Para a Federação Paulista de Futebol, não.
Em mais um ato de retaliação
contra o Corinthians, que foi ao
STJD para fazer valer o que estava
escrito no regulamento, a federação resolveu bloquear parte da
renda do Corinthians na finalíssima. Um total de R$ 149 mil.
O valor, referente aos ingressos
vendidos apenas no Morumbi,
não foi depositado pelo São Paulo
na sexta-feira, como estava combinado. A diretoria tricolor contou aos corintianos o motivo do
não-pagamento: a FPF havia retido o dinheiro para cobrir empréstimo feito pelo clube junto à entidade em dezembro.
O presidente do Corinthians,
Alberto Dualib, só soube do fato
na madrugada de ontem, durante
a festa do título, em um hotel da
capital paulista. Foi informado da
retenção por seu diretor-financeiro, Carlos Roberto de Mello. Em
sinal de desaprovação, só balançou a cabeça. A partir de hoje, o
clube começa a travar outra batalha contra a FPF. Pelo recebimento dos R$ 149 mil, pelas duas cotas
de R$ 500 mil que ainda não foram depositadas e pelo prêmio de
R$ 600 mil pela conquista do título. No total, R$ 1,749 milhão.
Mas outra confusão estourará
hoje no colo de Reinaldo Carneiro
Bastos, o vice que herdou do licenciado Farah a presidência da
FPF no auge da crise das TVs.
No Paulista mais bagunçado e
confuso da história, não foi só o
regulamento que gerou polêmica.
Nenhum dos dois finalistas assinou o borderô da final, em que foram arrecadados cerca de R$ 900
mil. O motivo: cobranças feitas
pela FPF, que, segundo os clubes,
não foram autorizadas.
No borderô oficial, a entidade
cobrou R$ 28 mil para pagar o
serviço de montagem e desmontagem do palco do show da dupla
sertaneja Bruno & Marrone, feito
pela empresa Spectrum. Outros
R$ 5.400 foram exigidos para o
pagamento de sanduíches e refrigerantes distribuídos nos camarotes do Morumbi para vips.
O problema é que nenhum dos
dois clubes autorizou a FPF a contratar esses serviços. Por isso, dizem que a conta tem que ser paga
exclusivamente pela federação.
"No Corinthians, a gente controla cada centavo. No atual momento do futebol brasileiro, é tudo difícil. Não me conformo como um time como o Corinthians,
que está sempre em finais, tem
tanta dificuldade para sobreviver.
E não é um problema de administração. É de falta de dinheiro mesmo. Por isso, não admitimos que
contratem serviços sem nossa
anuência", afirmou Dualib, rodeado na festa por Mello e Antonio Roque Citadini. Procurado, o
diretor financeiro da FPF, Rogério Caboclo, não respondeu ao recado deixado em seu celular.
O desgaste nas relações Corinthians-FPF começou no ano passado, quando o clube paulista se
aproximou da CBF de Ricardo
Teixeira e se posicionou contra a
extinção do Rio-São Paulo, como
esperava Farah. Após a obtenção
de empréstimo de R$ 3 milhões
na CBF, Dualib e Teixeira se aproximaram ainda mais. A FPF não
gostou da nova aliança.
A partir daí, sucederam-se as retaliações por parte da FPF. Primeiro, o atacante Fumagalli foi
multado em R$ 10 mil por ter criticado o Paulista. Depois, os casos
da cota, em que o São Paulo recebeu a segunda parcela de R$ 500
mil uma semana antes do Corinthians, e o do regulamento . E, na
antevéspera da final, a multa de
R$ 50 mil a Vampeta e a convocação para depoimento no TJD.
No campo, o Corinthians venceu apenas uma batalha contra os
aliados. A guerra nos bastidores,
no entanto, parece longe do fim.
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