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GINÁSTICA ARTÍSTICA
Resultado acontece na prova de solo da Copa do Mundo
Bronze, Daiane consegue melhor marca na carreira
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao som de ritmos nacionais,
Daiane dos Santos, 20, coroou ontem em Cottbus (ALE) o melhor
final de semana da ginástica brasileira na Copa do Mundo.
Após entrar para a história, em
parceria com Daniele Hypólito,
ao colocar o país na final de todos
os aparelhos no torneio, Daiane
conquistou o bronze no solo, sua
primeira medalha na Copa.
Além de alcançar o melhor resultado de sua carreira, a ginasta
exorcizou seu pior pesadelo: a
contusão no joelho que a tirou
dos torneios por quase um ano.
Integrante da seleção desde
1997, Daiane disputou na Alemanha sua segunda competição após
a contusão -a primeira foi na
França, na semana passada- e
chegou ao terceiro lugar no solo
após obter nota 9,212.
Já Daniele, 18, apontada como
favorita na decisão da trave -tinha a nota mais alta das eliminatórias (9,125) e tentava reeditar o
ouro de 2002-, registrou uma
queda durante a execução de sua
série e terminou na sexta posição.
"Estou superbem. E o fato de o
Brasil ter disputado todas as finais
[solo, trave, paralelas assimétricas e salto] me deixa muito feliz",
afirmou Daiane, que anteontem
foi a quinta nas paralelas.
Apesar da medalha -a terceira
do Brasil em Copas-, a dupla nacional não reeditou ontem a performance da eliminatória, quando obteve as melhores notas no
solo (9,550) e na trave (9,125).
A queda de rendimento na decisão, segundo Eliane Martins, supervisora da delegação brasileira
em Cottbus, ocorreu em razão de
as novas regras não permitirem
que as atletas façam aquecimento
no aparelho da prova. "Chegamos
a um nível no qual não podemos
cometer nenhum erro. Pequenos
detalhes, como o do aquecimento, fazem muita diferença. Elas estavam um pouco frias."
Ao falharem na final, Daiane e
Daniele, mais uma vez, não conseguiram superar suas principais
concorrentes: a espanhola Elena
Gomez e a russa Anna Pavlova.
Atual campeã mundial no solo e
invicta desde o Mundial-2002,
Elena Gomez, 17, que na semana
retrasada bateu Daniele em Paris
-a atleta paulista ficou com a
prata-, faturou ontem o ouro na
sua especialidade (nota 9,512) e,
de quebra, levou o bronze na trave. Já Anna Pavlova, de apenas 15
anos, conquistou o ouro na trave
(9,475) e acabou ficando com a
prata no solo.
"Elas são rivais de altíssimo nível. Foi uma pena eu não ter conquistado uma medalha para o
Brasil, mas isso faz parte do esporte", disse Daniele.
A performance das brasileiras já
despertou o interesse de países
com tradição na ginástica. Um
dos exemplos foi o convite da Espanha para realizar, em seu território, no mês de junho, um desafio com as ginastas brasileiras.
"A Romênia, ao saber que o
Brasil disputaria um torneio com
a Espanha, pediu para participar
do desafio", afirmou Vicélia Florenzano, presidente da Confederação Brasileira de Ginástica.
Há duas semanas na Europa,
Daiane e Daniele chegam amanhã
ao Brasil e não vão disputar a terceira etapa da Copa, na Grécia.
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