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São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2003

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GINÁSTICA ARTÍSTICA

Resultado acontece na prova de solo da Copa do Mundo

Bronze, Daiane consegue melhor marca na carreira

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao som de ritmos nacionais, Daiane dos Santos, 20, coroou ontem em Cottbus (ALE) o melhor final de semana da ginástica brasileira na Copa do Mundo.
Após entrar para a história, em parceria com Daniele Hypólito, ao colocar o país na final de todos os aparelhos no torneio, Daiane conquistou o bronze no solo, sua primeira medalha na Copa.
Além de alcançar o melhor resultado de sua carreira, a ginasta exorcizou seu pior pesadelo: a contusão no joelho que a tirou dos torneios por quase um ano.
Integrante da seleção desde 1997, Daiane disputou na Alemanha sua segunda competição após a contusão -a primeira foi na França, na semana passada- e chegou ao terceiro lugar no solo após obter nota 9,212.
Já Daniele, 18, apontada como favorita na decisão da trave -tinha a nota mais alta das eliminatórias (9,125) e tentava reeditar o ouro de 2002-, registrou uma queda durante a execução de sua série e terminou na sexta posição.
"Estou superbem. E o fato de o Brasil ter disputado todas as finais [solo, trave, paralelas assimétricas e salto] me deixa muito feliz", afirmou Daiane, que anteontem foi a quinta nas paralelas.
Apesar da medalha -a terceira do Brasil em Copas-, a dupla nacional não reeditou ontem a performance da eliminatória, quando obteve as melhores notas no solo (9,550) e na trave (9,125).
A queda de rendimento na decisão, segundo Eliane Martins, supervisora da delegação brasileira em Cottbus, ocorreu em razão de as novas regras não permitirem que as atletas façam aquecimento no aparelho da prova. "Chegamos a um nível no qual não podemos cometer nenhum erro. Pequenos detalhes, como o do aquecimento, fazem muita diferença. Elas estavam um pouco frias."
Ao falharem na final, Daiane e Daniele, mais uma vez, não conseguiram superar suas principais concorrentes: a espanhola Elena Gomez e a russa Anna Pavlova.
Atual campeã mundial no solo e invicta desde o Mundial-2002, Elena Gomez, 17, que na semana retrasada bateu Daniele em Paris -a atleta paulista ficou com a prata-, faturou ontem o ouro na sua especialidade (nota 9,512) e, de quebra, levou o bronze na trave. Já Anna Pavlova, de apenas 15 anos, conquistou o ouro na trave (9,475) e acabou ficando com a prata no solo.
"Elas são rivais de altíssimo nível. Foi uma pena eu não ter conquistado uma medalha para o Brasil, mas isso faz parte do esporte", disse Daniele.
A performance das brasileiras já despertou o interesse de países com tradição na ginástica. Um dos exemplos foi o convite da Espanha para realizar, em seu território, no mês de junho, um desafio com as ginastas brasileiras.
"A Romênia, ao saber que o Brasil disputaria um torneio com a Espanha, pediu para participar do desafio", afirmou Vicélia Florenzano, presidente da Confederação Brasileira de Ginástica.
Há duas semanas na Europa, Daiane e Daniele chegam amanhã ao Brasil e não vão disputar a terceira etapa da Copa, na Grécia.


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