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VÔLEI
De volta para o futuro
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
A boa nova do fim de semana foi o reencontro de Marcelo Negrão com o vôlei. Depois de uma luta de quase dois anos
para se recuperar de uma contusão, ele fez sua melhor partida dos
últimos tempos: com 18 pontos,
foi o maior pontuador na vitória
da Ulbra sobre o Banespa nas semifinais da Superliga.
Para se ter uma idéia, das 24
bolas que bateu, colocou 15 no
chão. E ainda fez três pontos de
bloqueios. O certo é que o resultado colocou a Ulbra em uma situação para lá de boa: já conseguiu
duas vitórias sobre o Banespa.
Com mais um resultado positivo
na quarta-feira, em Canoas, o time se classifica para a final.
Mas, afinal, qual é o grande mérito da Ulbra, time do técnico novato Marcelo Frockowiak e que
está surpreendendo na Superliga?
Para começar, a equipe tem Ricardinho, levantador que está
dando um show de bola. E, você
sabe, quando o levantador está
bem, fica difícil segurar um time.
Tem também dois ponteiros,
Roberto Minuzzi e Luciano Bozko, que seguram muito bem a onda no ataque e na recepção. Minuzzi, 21 anos e 2,04 m, é uma das
revelações do torneio. Outro destaque é o central eclético Renato
Felizardo, segundo pontuador do
time, com 252 pontos, atrás de
Minuzzi, com 262.
Já que os tempos são de decisão
na Superliga, vale citar uma pesquisa feita por Marco Antônio Di
Bonifácio.
Quem acompanha vôlei desde
os anos 80 deve lembrar dele: Boni jogou no Pirelli, no Banespa,
no Minas e depois foi para a Itália. Formado em Educação Física,
faz mestrado em psicologia.
O tema da pesquisa são as variações dos estados emocionais
dos jogadores de vôlei, em função
do sexo, nas fases decisivas. O estudo foi baseado em questionários aplicados em atletas do
BCN/Osasco e do Telemig-Minas
antes das preleções das semifinais
e final da Superliga-2002.
Cada atleta recebia uma folha
com 40 locuções do tipo: estou
com raiva, estou calmo, sinto alívio, sinto obrigação, estou gostando de alguém etc. Para cada uma
delas, o jogador tinha que identificar uma intensidade de acordo
com o que estava sentindo: forte,
mais ou menos, fraco e nada.
Uma das conclusões foi que as
mulheres têm maior ansiedade
do que os homens. Mais: as mulheres também conseguem perceber e apontar mais os sentimentos
subjetivos. Em todas as locuções,
com exceção de "sinto raiva", as
atletas apontam níveis superiores
de intensidade nessas sensações.
A pesquisa também aponta o
vôlei como um dos esportes com
maior tensão psicológica por suas
características: o time não tem
contato físico com o rival, o campo de cada uma é delimitado pela
rede e não pode ser invadido. Neste quadro, a equipe sem preparo
psicológico tende à auto-agressão.
E, você sabe, quando o time não
se entende em quadra, é meio caminho para a derrota. Daí a importância de uma boa preparação psicológica das equipes. Vale
uma reflexão: se formos fazer um
retrospecto da história do vôlei
nacional, esse tem sido o ponto
mais frágil do Brasil em competições internacionais.
Italiano
O Modena, do Dante, e o Macerata, de Nalbert, brigam pela vice-liderança do Campeonato Italiano. O Modena tem 19 vitórias na competição contra 18 do Macerata. O líder é o Sisley, que marcou 20 pontos.
Na última rodada, o Modena derrotou o Verona por 3 sets a 2. Pelo
mesmo placar, o Macerata passou pelo Trentino. Já o Ferrara, dos
também brasileiros Gustavo e Giba, foi derrotado pelo Padova por 3
sets a 0 e está em sexto lugar.
Negociações
Como o Telemig-Minas foi eliminado da Superliga, o atacante Douglas pode reforçar o Macerata nas próximas rodadas do Campeonato
Italiano. Ele recebeu proposta para substituir o central Gravina, que
se machucou na última semana.
E-mail: cidasan@uol.com.br
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