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São Paulo, segunda-feira, 24 de março de 2003

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VÔLEI

De volta para o futuro

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

A boa nova do fim de semana foi o reencontro de Marcelo Negrão com o vôlei. Depois de uma luta de quase dois anos para se recuperar de uma contusão, ele fez sua melhor partida dos últimos tempos: com 18 pontos, foi o maior pontuador na vitória da Ulbra sobre o Banespa nas semifinais da Superliga.
Para se ter uma idéia, das 24 bolas que bateu, colocou 15 no chão. E ainda fez três pontos de bloqueios. O certo é que o resultado colocou a Ulbra em uma situação para lá de boa: já conseguiu duas vitórias sobre o Banespa. Com mais um resultado positivo na quarta-feira, em Canoas, o time se classifica para a final.
Mas, afinal, qual é o grande mérito da Ulbra, time do técnico novato Marcelo Frockowiak e que está surpreendendo na Superliga? Para começar, a equipe tem Ricardinho, levantador que está dando um show de bola. E, você sabe, quando o levantador está bem, fica difícil segurar um time.
Tem também dois ponteiros, Roberto Minuzzi e Luciano Bozko, que seguram muito bem a onda no ataque e na recepção. Minuzzi, 21 anos e 2,04 m, é uma das revelações do torneio. Outro destaque é o central eclético Renato Felizardo, segundo pontuador do time, com 252 pontos, atrás de Minuzzi, com 262.
Já que os tempos são de decisão na Superliga, vale citar uma pesquisa feita por Marco Antônio Di Bonifácio.
Quem acompanha vôlei desde os anos 80 deve lembrar dele: Boni jogou no Pirelli, no Banespa, no Minas e depois foi para a Itália. Formado em Educação Física, faz mestrado em psicologia.
O tema da pesquisa são as variações dos estados emocionais dos jogadores de vôlei, em função do sexo, nas fases decisivas. O estudo foi baseado em questionários aplicados em atletas do BCN/Osasco e do Telemig-Minas antes das preleções das semifinais e final da Superliga-2002.
Cada atleta recebia uma folha com 40 locuções do tipo: estou com raiva, estou calmo, sinto alívio, sinto obrigação, estou gostando de alguém etc. Para cada uma delas, o jogador tinha que identificar uma intensidade de acordo com o que estava sentindo: forte, mais ou menos, fraco e nada.
Uma das conclusões foi que as mulheres têm maior ansiedade do que os homens. Mais: as mulheres também conseguem perceber e apontar mais os sentimentos subjetivos. Em todas as locuções, com exceção de "sinto raiva", as atletas apontam níveis superiores de intensidade nessas sensações.
A pesquisa também aponta o vôlei como um dos esportes com maior tensão psicológica por suas características: o time não tem contato físico com o rival, o campo de cada uma é delimitado pela rede e não pode ser invadido. Neste quadro, a equipe sem preparo psicológico tende à auto-agressão.
E, você sabe, quando o time não se entende em quadra, é meio caminho para a derrota. Daí a importância de uma boa preparação psicológica das equipes. Vale uma reflexão: se formos fazer um retrospecto da história do vôlei nacional, esse tem sido o ponto mais frágil do Brasil em competições internacionais.

Italiano
O Modena, do Dante, e o Macerata, de Nalbert, brigam pela vice-liderança do Campeonato Italiano. O Modena tem 19 vitórias na competição contra 18 do Macerata. O líder é o Sisley, que marcou 20 pontos. Na última rodada, o Modena derrotou o Verona por 3 sets a 2. Pelo mesmo placar, o Macerata passou pelo Trentino. Já o Ferrara, dos também brasileiros Gustavo e Giba, foi derrotado pelo Padova por 3 sets a 0 e está em sexto lugar.

Negociações
Como o Telemig-Minas foi eliminado da Superliga, o atacante Douglas pode reforçar o Macerata nas próximas rodadas do Campeonato Italiano. Ele recebeu proposta para substituir o central Gravina, que se machucou na última semana.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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