|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
No Senado, clássico paulista esquenta
Em audiência, Juvenal Juvêncio reclama de "roubo" de seus jogadores e é chamado de mentiroso por Andres Sanchez
Troca de ofensas entre os
presidentes de São Paulo e Corinthians, adversários no domingo, arranca risadas
de políticos e cartolas no DF
EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
Era para ser apenas uma audiência de cartolas do futebol
brasileiro com senadores para
falar sobre assuntos como pré-
-sal e Lei Pelé, mas o clima esquentou mesmo quando São
Paulo e Corinthians entraram
em cena. As rusgas entre os
dois clubes, que se enfrentam
no domingo pelo Paulista, foram parar no Senado.
Diante de gente como o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., e do senador Marconi
Perilo (PSDB-GO), primeiro vice-presidente da Casa, além de
outra infinidade de políticos e
cartolas, o são-paulino Juvenal
Juvêncio e o corintiano Andres
Sanchez transformaram uma
das salas do Senado em arquibancada de estádio.
Tudo começou quando Juvenal falava sobre a alteração da
Lei Pelé e reclamou do "roubo"
de seus jogadores, referindo-se
aos casos de Oscar, Lucas Piazon e Diogo, que estão em litígio com o clube do Morumbi.
O recado foi entendido por
Andres como direto para ele,
que dá como certa a ida de Lucas Piazon para o Corinthians.
Segundo relatos de presentes, Andres interrompeu o colega tricolor aos berros e tomou
a palavra. Chamou Juvenal de
"mentiroso" e disse que "o clube que mais rouba jogadores no
Brasil é o São Paulo".
A discussão arrancou risadas
da lotada sala do Senado, principalmente a reação intempestiva de Andres. Depois, mais
calmo, o dirigente corintiano
disse à Folha que "não teve briga". "Até o Juvenal deu risada,
mas o que eu falei é verdade."
De fato, a relação entre Corinthians e São Paulo nunca esteve tão ruim. A ponto de o presidente corintiano afirmar a
quem queira ouvir que prosseguirá sempre o caminho contrário ao escolhido pelo São
Paulo em qualquer discussão
que envolva os dois clubes.
Por trás da troca de farpas e
ofensas públicas está o fato de
o Corinthians se recusar a
mandar jogos no Morumbi
desde 2008. Mas o clima ficou
mais pesado mesmo no final do
ano passado, quando a revelação são-paulina Oscar entrou
na Justiça contra o clube pedindo rescisão contratual.
O caso de Oscar foi seguido
pelos de Diogo e Lucas Piazon,
que também foram à Justiça
contra o clube tricolor.
Andres veio a público dizer
que os são-paulinos iriam perder todos os jogadores "rebeldes" porque costuma tirar atletas do Parque São Jorge. Citou
o caso do meia Marcelinho,
campeão da Copa São Paulo de
juniores deste ano. Reclamou
também de que o São Paulo
quer manter os jovens da base
sem gastar dinheiro.
"Não sei se é o despreparo
dele [Andres], se é a inveja. O
Marcelinho não era do Corinthians, era só da escolinha do
Marcelinho Carioca", disse Juvenal, recentemente, à Folha.
"Eu não quero briga com os
vizinhos, não me interessa. O
Andres não tinha isso, ele vinha aqui almoçar comigo, falar
mal dos outros clubes, e de repente ele ficou com uma coisa
contra o São Paulo, sem nenhuma razão", completou.
Texto Anterior: Vôlei: Decisões da Superliga serão no Ibirapuera Próximo Texto: Segurança: PM pede ao Corinthians que reduza os ingressos do tobogã Índice
|