São Paulo, quarta-feira, 24 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

No Senado, clássico paulista esquenta

Em audiência, Juvenal Juvêncio reclama de "roubo" de seus jogadores e é chamado de mentiroso por Andres Sanchez

Troca de ofensas entre os presidentes de São Paulo e Corinthians, adversários no domingo, arranca risadas de políticos e cartolas no DF

EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC

Era para ser apenas uma audiência de cartolas do futebol brasileiro com senadores para falar sobre assuntos como pré- -sal e Lei Pelé, mas o clima esquentou mesmo quando São Paulo e Corinthians entraram em cena. As rusgas entre os dois clubes, que se enfrentam no domingo pelo Paulista, foram parar no Senado.
Diante de gente como o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., e do senador Marconi Perilo (PSDB-GO), primeiro vice-presidente da Casa, além de outra infinidade de políticos e cartolas, o são-paulino Juvenal Juvêncio e o corintiano Andres Sanchez transformaram uma das salas do Senado em arquibancada de estádio.
Tudo começou quando Juvenal falava sobre a alteração da Lei Pelé e reclamou do "roubo" de seus jogadores, referindo-se aos casos de Oscar, Lucas Piazon e Diogo, que estão em litígio com o clube do Morumbi.
O recado foi entendido por Andres como direto para ele, que dá como certa a ida de Lucas Piazon para o Corinthians.
Segundo relatos de presentes, Andres interrompeu o colega tricolor aos berros e tomou a palavra. Chamou Juvenal de "mentiroso" e disse que "o clube que mais rouba jogadores no Brasil é o São Paulo".
A discussão arrancou risadas da lotada sala do Senado, principalmente a reação intempestiva de Andres. Depois, mais calmo, o dirigente corintiano disse à Folha que "não teve briga". "Até o Juvenal deu risada, mas o que eu falei é verdade."
De fato, a relação entre Corinthians e São Paulo nunca esteve tão ruim. A ponto de o presidente corintiano afirmar a quem queira ouvir que prosseguirá sempre o caminho contrário ao escolhido pelo São Paulo em qualquer discussão que envolva os dois clubes.
Por trás da troca de farpas e ofensas públicas está o fato de o Corinthians se recusar a mandar jogos no Morumbi desde 2008. Mas o clima ficou mais pesado mesmo no final do ano passado, quando a revelação são-paulina Oscar entrou na Justiça contra o clube pedindo rescisão contratual.
O caso de Oscar foi seguido pelos de Diogo e Lucas Piazon, que também foram à Justiça contra o clube tricolor.
Andres veio a público dizer que os são-paulinos iriam perder todos os jogadores "rebeldes" porque costuma tirar atletas do Parque São Jorge. Citou o caso do meia Marcelinho, campeão da Copa São Paulo de juniores deste ano. Reclamou também de que o São Paulo quer manter os jovens da base sem gastar dinheiro.
"Não sei se é o despreparo dele [Andres], se é a inveja. O Marcelinho não era do Corinthians, era só da escolinha do Marcelinho Carioca", disse Juvenal, recentemente, à Folha.
"Eu não quero briga com os vizinhos, não me interessa. O Andres não tinha isso, ele vinha aqui almoçar comigo, falar mal dos outros clubes, e de repente ele ficou com uma coisa contra o São Paulo, sem nenhuma razão", completou.


Texto Anterior: Vôlei: Decisões da Superliga serão no Ibirapuera
Próximo Texto: Segurança: PM pede ao Corinthians que reduza os ingressos do tobogã
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.