São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 2006

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FUTEBOL

Após 0 a 0 na estréia, time faz 2 a 0 no Atlético-PR em jogo sem cartões

Sem torcida, Santos resgata ataque e alcança 1º triunfo

DA REPORTAGEM LOCAL

Sem torcida e longe de casa, o Santos ganhou sua primeira partida no Brasileiro, de uma maneira pouco comum nesta temporada. Foi ontem, em Mogi Mirim, nos 2 a 0 sobre o Atlético-PR, no único confronto até agora em que os atletas não receberam cartões.
O time, que se habituou a vencer por um gol de diferença, ontem não teve apenas a defesa como o seu ponto forte. O triunfo santista foi construído com dois tentos de sua dupla de atacantes.
Com portões fechados, resultado de punição ao clube por objetos jogados por torcedores no gramado da Vila Belmiro em duelo com o Botafogo no ano passado, os santistas só ouviram as cobranças de Vanderlei Luxemburgo no estádio João Paulo 2º.
Mais uma vez, o técnico, que disputou pela primeira vez uma partida com esse tipo de castigo, alfinetou os torcedores santistas.
"Acho que a punição foi correta. É um prejuízo para o Santos, mas torcedor que age errado tem que ser punido", disse Luxemburgo, que durante o Paulista reclamara das vaias de parte da torcida.
O Santos ainda terá de atuar em mais um jogo, contra o Fortaleza, sem a presença da torcida.
Depois do modorrento 0 a 0 na estréia, contra o Goiás, o Santos melhorou consideravelmente sua produção ofensiva. Luxemburgo, desse modo, esteve surpreendentemente calmo com seus comandados. E não houve mesmo motivo para desespero.
O Santos foi poucas vezes ameaçado e, quando quis, envolveu com facilidade o rival, que sofreu sua segunda derrota no torneio.
Com rápido toque de bola e explorando bastante os alas Kléber e Neto, que substituiu Fabinho, lesionado, o time finalizou 16 vezes e acertou seis, um aproveitamento de 37,5%. Nada espetacular, é verdade, mas um alento se comparado ao desempenho no jogo com o Goiás, em que a equipe fez 12 arremates, sendo só duas no alvo, com aproveitamento de 17%.
Ontem, Luxemburgo entrou com o time armado no 3-5-2, igual ao rival. A diferença é que o esquema do time de litoral estava com as peças mais ajustadas.
A dupla de atacantes, De Nigris e Reinaldo, foi bastante acionada. No primeiro tempo, o mexicano resolveu. Aproveitou passe de calcanhar de Kléber e empurrou para o gol vazio. O atacante teve outras duas oportunidades na partida. Numa delas, em cabeceio forte, o goleiro Cleber fez "milagre".
Aí Luxemburgo se irritou. Tirou o jogador e colocou o meia Rodrigo Tabata. O atleta, chamado de "Japona" pelo chefe e pelos colegas, teve participação fundamental no segundo gol.
"Vai Japona!", gritava Luxemburgo do banco. E ele foi. Deu ótimo lançamento para Reinaldo, que chutou na saída do goleiro para ampliar. O atacante foi quem mais finalizou na equipe e também quem mais errou, quatro em cinco tentativas.
Depois de marcar, o atacante abraçou "Japona" carinhosamente. "Eu já me acostumei com o apelido. O importante é estarmos bem no Brasileiro e na Copa do Brasil. Hoje vencemos e não deixamos o líder se distanciar", disse Tabata, que é neto de japoneses.
Quem mais ouviu os gritos de Luxemburgo no estádio foi Neto. O ala-direito santista foi um tormento para os adversários.
Por três vezes, esteve perto de fazer gols belíssimos. Mas parou no goleiro atleticano e na falta de pontaria. "Infelizmente não deu certo, mas estou satisfeito com minha atuação. A vitória foi muito importante para nós."
E quanto a Luxemburgo?
"Ele sempre pega muito no meu pé. Estou acostumado", disse, sorrindo, o jogador.
O Santos volta para sua casa na quarta-feira, para enfrentar o Ipatinga, nas quartas-de-final da Copa do Brasil. Pelo Brasileiro, faz o clássico com o Palmeiras no próximo domingo, em partida marcada para o Parque Antarctica.


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