São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 2006

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FUTEBOL

Os secadores na Libertadores

JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA

Os secadores do Xico Sá terão muito trabalho nesta fase da Libertadores. Os santistas, por exemplo, vão sofrer.
E não só porque enfrentarão a melhor surpresa desta Copa do Brasil, o organizado Ipatinga -que perdeu tantos jogadores, mas não perdeu a embocadura.
Sofrerão os santistas porque não adiantará secar o clássico paulista na Libertadores, pois dele sairá inevitavelmente um time para as quartas-de-final, quase certamente o São Paulo.
Jogo de altíssimo risco no Palestra Itália, porque ou a torcida alviverde viverá uma daquelas noites de redenção ou o clima ficará quente por lá.
Mais fácil para os secadores será torcer pelo River Plate, que receberá o Corinthians no Monumental de Núñez. Mas também aí a probabilidade maior está com o time brasileiro, que encontrou em Silvio Luiz o goleiro que não mata de susto e o lateral-esquerdo que Gustavo Nery supõe ser sem sê-lo. Pena que o departamento jurídico alvinegro tenha bobeado com Rodrigo, o que é revelador da competência do dito cujo.
Como será árdua a torcida dos gremistas pelo Nacional contra o Internacional, que só eles chamam de Municipal.
Dificílima a tarefa uruguaia em Montevidéu e quase impossível no Beira-Rio, grande oportunidade para os colorados demonstrarem que superaram o trauma da perda do Campeonato Gaúcho.
E, se poucos se interessam em secar o Goiás, exceção feita, é claro, aos torcedores do Vila Nova, também a equipe goiana é favorita diante do Estudiantes.
Primeiro, porque, mesmo com a estiagem de gols que assola a equipe do cerrado, os goianos têm um time superior. Segundo, porque não só os argentinos não estão jogando em seu caldeirão, em La Plata, como, ainda por cima, o jogo de volta será em Goiânia.
Claro que para o estreante Goiás em Libertadores, toda novidade é um teste de fogo, como participar pela primeira vez de um mata-mata no torneio e contra quem tem tradição na coisa.
Mas em situação normal de temperatura e pressão dá para ser otimista e apontar São Paulo, Corinthians, Inter e Goiás como os maiores candidatos às quartas.
Entenda-se, como situação normal na Libertadores, temperatura alta e pressão no limite.
Mas nem Corinthians nem Inter nem Goiás deverão viver a situação do embate entre Palmeiras e São Paulo.
Por menos talentoso que seja o atual elenco alviverde, só mesmo anos de sucateamento explicam as duas derrotas iniciais no Campeonato Brasileiro e a diante do Cerro Porteño, com claro reflexo no jogo diante do São Paulo.
Não bastasse estar defasado no tempo e no espaço se comparado com seus rivais estaduais, o Palmeiras ainda perdeu três jogadores, suspensos pelo envolvimento na confusão com os paraguaios.
Razão pela qual os secadores já têm um time para torcer, mesmo sendo santistas ou corintianos: o próprio Palmeiras.
A quem só resta acreditar que em futebol tudo é possível.

Brasileirão
No sábado, o Fluminense passou bem pela dureza de pegar o Goiás, mesmo com Pet ainda em dívida neste 2006. O Corinthians foi bem depois que ficou 11 contra 10 diante do Azulão, com destaque para Ricardinho e Rubens Júnior. Do Palmeiras é melhor nem falar, melhor festejar o Figueirense, que, no entanto, não pode se iludir porque dificilmente pegará outra moleza igual. Já ontem, o Santos só passeou para vencer o Atlético-PR, e a Ponte Preta, ao perder para o Vasco, mostrou, desculpe, a fragilidade do Palmeiras, a quem derrotou na estréia. O São Paulo pagou bom preço ao poupar sete titulares na derrota para o Fortaleza, e o Cruzeiro se superou ao derrotar o consistente Grêmio no melhor jogo da rodada. Mas o Grêmio ressurgiu.


@ - blogdojuca@uol.com.br

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