FPF contraria os finalistas, que preferiam decidir Paulista no ABC e em Santos

Presidente santista volta a citar incidentes ocorridos na casa tricolor em reunião que não contou com presença de dirigentes são-paulinos

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

A organização decidiu, os finalistas acataram e o dono da casa nem sequer foi consultado. Foi assim que a Federação Paulista de Futebol definiu ontem, em reunião com os presidentes de Santos e São Caetano, o Morumbi como palco dos dois jogos finais do Paulista.
"Entendemos ser o estádio que cumpre todas as condições exigidas pela federação. Pensamos no conforto e no número maior de torcedores que estará presente nas finais", justificou o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero.
Os duelos acontecerão nos dois próximos domingos, dias 29 de abril e 6 de maio, às 16h.
O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, afirmou após o encontro que a FPF assegurou que ele poderá levar seu estafe para controlar algumas áreas do Morumbi na segunda partida, em que o mando é seu.
Mas os são-paulinos dizem que não foram consultados sobre a concessão. E prometem que seus funcionários estarão lá, como sempre. Ou seja, o Santos terá gastos com o seu próprio quadro de profissionais e com o do São Paulo.
"Existem áreas que são de controle do São Paulo, mas vamos nos reunir na federação e colocar as duas equipes para trabalhar em harmonia", disse Carlos Augusto de Barros e Silva, vice de futebol do São Paulo.
Teixeira quer ter o controle principalmente no acesso aos camarotes reservados para os santistas, isso após brigar com seguranças do Morumbi que barraram seu filho. Não queriam deixar Marcelinho, 10, entrar porque estava de bermuda.
"Ele ficou traumatizado, nem queria mais assistir ao jogo", disse o dirigente.
Ontem, Teixeira voltou a criticar a drenagem do estádio são-paulino. Citou que, na Vila, é utilizado o mesmo sistema.
"Quando chove torrencialmente em Santos, não ocorrem poças como as que vimos ontem [anteontem]", declarou o mandatário santista.
O presidente da federação designou o vice Reinaldo Rocha Carneiro Bastos para a reunião entre representantes de Santos, São Caetano e São Paulo.
"São detalhes pequenos, mas que chateiam. Acredito que não teremos problemas para as finais", disse Del Nero.
Inicialmente, os clubes finalistas haviam manifestado o desejo de jogarem em seus respectivos estádios. "Não mudei de idéia. Mas com as questões de segurança e acomodações que a federação nos passou, não tem o que discutir", disse o presidente do São Caetano, Nairo Ferreira de Souza.
Já na situação do dirigente santista, a decisão da entidade caiu como uma luva.
Apesar de ter dito publicamente ser favorável à opção de uma partida no Anacleto Campanella e a outra na Vila Belmiro, Teixeira poderá lucrar mais com rendas maiores no Morumbi. E sem sofrer críticas de conselheiros e torcedores por tirar a final da Vila Belmiro.
Para Teixeira, o campo do São Paulo será neutro. Contra os são-paulinos, ele se recusava a atuar lá como mandante. Agora, posicionou-se de forma diferente da dos jogadores santistas. Domingo, o goleiro Fábio Costa declarou que o Morumbi não é campo neutro.
O vencedor de cada confronto ficará com 60% da renda líquida. O restante será do perdedor. Em caso de empate, o valor será repartido meio a meio entre os clubes.
O campeão ganhará R$ 1,5 milhão da FPF. O segundo colocado ficará com R$ 400 mil.


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