São Paulo, sexta-feira, 24 de abril de 2009

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Após um ano, F-1 tem "revolução" de pilotos e equipes

Às vésperas do GP do Bahrein, protagonistas de disputa por liderança em 2008 perdem espaço para coadjuvantes

Entre os mais assediados no ano passado, apenas Lewis Hamilton pontuou neste Mundial, que é liderado por Button e pela Brawn

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A SAKHIR

Exatamente um ano atrás, a F-1 desembarcava em Barcelona para a quarta etapa do Mundial. Lewis Hamilton, Kimi Raikkonen, Felipe Massa e Robert Kubica eram os pilotos mais procurados no paddock.
Agora, às vésperas dos treinos livres para o GP do Bahrein, o cenário está totalmente mudado. Do avesso, literalmente.
Só Hamilton pontuou. Já os quatro primeiros da F-1 neste ano (Jenson Button, Rubens Barrichello, Sebastian Vettel e Timo Glock) apareciam zerados na classificação em 2008.
A nova ordem já fez duas equipes, Brawn e Red Bull, conseguirem suas primeiras vitórias e deixou para trás times como Ferrari, McLaren e BMW.
Com poucas exceções, a maioria festeja a mudança.
"Nosso desempenho depende muito do carro, e por isso a categoria está tão diferente neste ano", disse Fernando Alonso, bicampeão em 2005 e 2006 e que vem sofrendo com seu Renault nos últimos dois anos. "Se olharmos para o ano passado, todo mundo só falava no Robert [Kubica], e agora parece que todos já se esqueceram de como ele é bom."
Para Robert Kubica, ainda não é hora de entrar em pânico. "É difícil prever o que vai acontecer, mas esta é a nova realidade. Há novos times vencendo e os grandes sofrendo."
"Não é a situação em que queríamos estar, mas temos de continuar trabalhando", completou o polonês, que imagina, como a maioria, que a partir da próxima etapa, em Barcelona, os times que se destacaram em 2008 devem andar melhor, já que terão mudanças nos carros.
"Só na Espanha teremos uma visão real de quem é quem neste ano. Mas é saudável ver novos nomes ganhando", disse Barrichello, um dos beneficiados por essa "revolução".
Responsável pelo RB5, modelo que deu a Sebastian Vettel a vitória no GP da China, no domingo passado, Adrian Newey acredita que essa variedade é importante para o esporte.
"A mudança grande no regulamento é uma chance para equipes com menos recursos, mas inteligentes, desenvolverem bons carros. Quando as regras ficam estáveis por muito tempo, é normal que os mais ricos tenham vantagem."
Até quem percorreu o caminho inverso, como Heikki Kovalainen, da McLaren, encara o cenário como um desafio. "Para o público é legal, porque os fãs de outras equipes e pilotos também podem comemorar."
Mesma visão tem Mario Theissen, chefe da BMW. "É saudável ver uma nova ordem no grid, mesmo que não sejamos nós os beneficiados disso."
Para Felipe Massa, porém, a falta de clareza no regulamento no início do ano fez com que equipes se beneficiassem de interpretações dúbias para terem vantagem, especialmente no imbróglio dos difusores.
"Se descontarmos isso, a equipe que mais merece estar onde está é a Red Bull, que trabalhou bem no regulamento quando ele ainda era confuso."


NA TV - Treino do GP do Bahrein Sportv, ao vivo, às 8h


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