São Paulo, domingo, 24 de abril de 2011

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Fim de ano

Sem o Paulista, nanicos vivem dilema entre torneio deficitário e fechar portas no 2º semestre

DE SÃO PAULO

O mês de abril ainda não chegou a seu final, mas, para sete das 15 equipes do interior da elite do Paulista, o ano de 2011 já acabou.
Sem calendário de competições nacionais no segundo semestre, Ituano, Linense, Paulista, Noroeste, São Bernardo e Botafogo disputarão a deficitária Copa Paulista, torneio criado em 1999 que reúne equipes das três primeiras divisões do Estadual.
O Mogi Mirim, mais radical, só retomará o futebol profissional em 2012.
Em comum entre eles, a expectativa de muita dificuldade financeira e prejuízo.
"O segundo semestre é muito complicado, não temos receita. Todo jogo dá prejuízo, nós perdemos cotas de patrocínio. A despesa é alta, e a receita é baixa", disse o diretor executivo do Noroeste, João Roberto de Souza.
A equipe de Bauru, rebaixada para a A-2, utilizará jogadores da base na Copa Paulista, lançada justamente para manter em atividade as equipes pequenas que não participam do Brasileiro.
Para o Estadual, os clubes menores receberam R$ 1,8 milhão cada um, referentes aos direitos de TV. Essa receita, suficiente para manter o elenco na Série A-1, desaparece no segundo semestre.
"A federação paga só a arbitragem", reclamou Souza.
O pentacampeão Juninho, atual administrador do Ituano, estima corte mínimo de 50% nas contas para tentar evitar rombo no cofre. Ele, porém, disse que pretende segurar mais da metade do elenco do Paulista. Almeja a vaga na Copa do Brasil que o torneio entre clubes pequenos cede ao campeão.
"Consegui segurar quatro patrocinadores até o final do ano, mas com valores bem menores. No segundo semestre não entra nada, só sai."
O São Bernardo se fia na torcida. Com a venda de ingressos para patrocinadores, teve boas bilheterias no Paulista. "Além disso, apoiadores manifestaram interesse em ficar", disse o presidente Luiz Fernando Ferreira.
A Copa Paulista, porém, não demonstra ser a melhor competição para atrair público. Os 29 clubes que jogaram a primeira fase do torneio, em 2010, tiveram média de 561 pagantes por partida.
"A competição é bastante deficitária, mas é a vitrine que nós temos no segundo semestre", disse Souza. "Será preciso fazer mágica para não fechar o ano muito no vermelho, porque no vermelho sempre fecha", resumiu. (LEONARDO LOURENÇO)


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