São Paulo, sexta-feira, 24 de maio de 2002

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BASQUETE

Ala do Flamengo, que anunciara despedida das quadras após o Nacional, não tem mais data para se aposentar

Oscar volta atrás e vai continuar jogando

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Após fazer suspense sobre o final da carreira, Oscar Schmidt, 44, anunciou ontem que continuará jogando pelo Flamengo.
Ele alegou que não poderia se despedir das quadras após o ocorrido na partida contra o COC/Ribeirão, na terça-feira, quando foi expulso depois de ter aplaudido ironicamente as marcações do árbitro Francisco Lima.
"Sonhei com uma despedida digna, mas esse sonho virou pesadelo. Conversei com minha mulher e com o presidente [Edmundo Santos Silva] e vou continuar sendo o capitão do Flamengo."
Apesar de ter dito que jogará o Estadual do Rio, a despedida do jogador poderá acontecer antes do início da competição. Segundo ele, a decisão de parar definitivamente será tomada de surpresa.
"Não marco mais o dia de parar. Se decidir que vou parar amanhã, todo mundo vai saber", afirmou.
O atleta até planejou jogos de despedida. Segundo ele, seriam duas partidas, em Natal e Brasília, entre o Flamengo e a seleção brasileira que ganhou o ouro no Pan-Americano-87, em Indianápolis.
No início do ano, Oscar disse que encerraria a carreira após a disputa do Nacional, que terminou para ele na terça, com a derrota do Flamengo para o COC/Ribeirão por 84 a 78. Com a vitória, a equipe paulista fechou a série em 3 a 0 e chegou às semifinais.
Oscar também contou que iniciou a carreira de dirigente do Flamengo e que tem um projeto para amenizar a crise financeira do clube. "Quero ajudar no basquete, no futebol, no que for", afirmou ele, acrescentando que sonha em ser presidente do Flamengo.
Oscar disse estar motivado para jogar o Estadual. O torneio pode ser esvaziado devido à crise de Vasco e Fluminense, que estudam desfazer suas equipes. "Vou lutar com vontade para ganhar o Estadual. Se não tiver campeonato, faremos amistosos", disse o ala.
Oscar voltou a criticar o juiz da partida de terça. Segundo ele, sua expulsão foi um "ato de revanchismo". "Todos os juízes já foram aplaudidos ironicamente. Ele perdeu a cabeça violentamente."
Para ele, falta profissionalismo aos juízes. "Os árbitros brasileiros usam o basquete como um bico. Tem que ser profissional, como no resto do mundo", reclamou.
Oscar reafirmou o sonho de presidir a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) ao lado de Hortência. "Acho que muita coisa pode melhorar, principalmente essa história dos patrocinadores deixarem o basquete para investir em outros esportes", disse.



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