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Líder, Hamilton diz que "ficha ainda não caiu"
Inglês diz ser estranho brilhar entre seus ídolos
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MÔNACO
Lewis Hamilton atingiu um
novo status. Pela primeira vez,
o novato chega a um final de semana de GP como líder do
Mundial de F-1. O cenário para
a estréia dessa nova condição
não podia ter mais a cara da categoria do que as glamourosas e
famosas ruas de Mônaco.
Mas, apesar do frenesi que
agora o cerca, o inglês de 22
anos ainda se diz chocado por
correr ao lado de pilotos que
havia pouco tempo acompanhava somente pela TV.
"Acho que a ficha ainda não
caiu. Olho para as corridas e
penso: "Uau, terminei em segundo, atrás do Felipe Massa'",
falou Hamilton, que, após o último GP, cumprimentou o brasileiro com tapinhas, cotoveladas e sorrisos. "Nos últimos
anos, assistia a esses caras pela
TV e os admirava. E agora estou
entre eles... É difícil até encontrar palavras", declarou ele.
Único piloto a terminar todas
as corridas no pódio, Hamilton
assumiu a ponta da classificação no GP de Barcelona, há dez
dias, e acabou ofuscando seu
companheiro de equipe, o bicampeão Fernando Alonso, vice-líder do Mundial.
Cria da McLaren desde os 12
anos, quando foi escolhido em
uma seletiva de kart, o piloto
inglês começou o ano com menos prestígio do que o companheiro de equipe, especialmente no quesito salário. Hoje, Hamilton figura dois pontos à
frente do espanhol na tabela.
Situação parecida com a de
Massa no início da temporada,
que viu Kimi Raikkonen chegar
à Ferrari ganhando três vezes
mais do que ele, mesmo tendo
sido "criado" dentro da equipe
-o brasileiro agora tem cinco
pontos a mais que o finlandês.
Sobre sua relação com Alonso, Hamilton faz questão de frisar que ela nunca foi de mentor
e pupilo. "Para falar a verdade,
nunca a vi dessa maneira.
"Temos um grande respeito
um pelo outro. Somos profissionais e, como em qualquer time, existe uma pequena rivalidade entre nós, mas só nas pistas. Fora delas, somos amigos e
podemos conversar sem tensão", acrescentou ele.
Mas os feitos de Hamilton
não se resumem apenas a estar
na frente de seu companheiro
de equipe. Além de ser o melhor estreante da história da F-1, ele é também o mais jovem a
liderar o campeonato -ironicamente, quebrou o recorde
que antes pertencia a Bruce
McLaren, fundador da equipe
para a qual corre, que ostentava
a marca desde o Mundial de 60.
Além do ótimo desempenho
no início do campeonato, Hamilton chega com boas credenciais a Montecarlo: ganhou as
três corridas que disputou nas
ruas do principado (duas na F-3 e uma na GP2).
"Agora a "fera" é um pouco diferente", brincou o novato.
Se o inglês ainda não consegue acreditar direito no estágio
que alcançou dentro das pistas,
para quem o vê fora delas a diferença é facilmente perceptível.
Na Austrália, há pouco mais
de dois meses, Hamilton circulava quase incógnito pelo paddock de Melbourne antes da
abertura da temporada.
Ontem, em Mônaco, onde os
torcedores contam com mais
acesso aos pilotos devido às características especiais do circuito, o inglês não conseguia
dar mais que três passos sem
ser parado por alguém.
Paciente, fazia questão de
atender a todos os pedidos de
fotografias e autógrafos. Suas
entrevistas, agora, estão entre
as mais badaladas.
No domingo, Hamilton correrá com um capacete com a
palavra "Mônaco" escrita em
diamantes. "Estou brilhando
agora." Literalmente.
NA TV - Treino livre para
o GP de Mônaco
Sportv, ao vivo, às 9h
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