São Paulo, segunda-feira, 24 de maio de 2010

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Circo fechado

Decisão de Dunga de esconder os jogadores afeta até patrocinadores, que pagam mais de R$ 200 mi à CBF


Jogadores da seleção treinam em Curitiba

PAULO COBOS
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A CURITIBA

Não é só a mídia que tem as portas fechadas na seleção brasileira de Dunga.
Apesar de pedidos à comissão técnica e promessas de "total acesso à seleção e aos bastidores", os patrocinadores da CBF, que pagam à entidade mais de R$ 200 milhões por ano, também sofrem com a blindagem montada para proteger o time que vai disputar a Copa de 2010.
Anteontem, a Nestlé, sem sucesso pelo menos nesse dia, queria que um fotógrafo a serviço da empresa entrasse no CT do Atlético-PR, onde o time treina até quarta-feira, para mostrar que seus produtos estavam sendo consumidos pelos jogadores.
Gillette e Vivo, outras patrocinadoras da confederação, contrataram equipes de TV e fotógrafos para mostrar o cotidiano da seleção.
A primeira promete uma cobertura extensiva e exclusiva, em equipe, segundo comunicado divulgado à imprensa, "credenciada pela Fifa e CBF, que irá à Copa do Mundo e terá total acesso à seleção e aos bastidores".
A Vivo, há alguns anos, contratou uma equipe de TV para produzir imagens para seus clientes. Na Copa, vai aumentar sua cobertura. Mas a empresa de telefonia diz que não espera privilégio algum no acesso à seleção por ser patrocinadora da CBF.
No ano passado, a Nike também não conseguiu entrar na privacidade da seleção, quando o time fez amistoso na Estônia. Um famoso fotógrafo italiano foi contratado para clicar os jogadores. Ele esperava entrar até no vestiário, mas seus planos foram vetados pela comissão técnica chefiada por Dunga.
A assessoria de imprensa da CBF informou que os patrocinadores da seleção não têm acesso aos bastidores da equipe de Dunga durante o período de preparação em Curitiba. Segundo o órgão, eles poderão usar apenas as fotos e imagens disponibilizadas pelos funcionários da entidade no site da CBF.
Segundo a assessoria, o único que pode mudar a regra é o presidente da CBF, Ricardo Teixeira -anteontem, a Nestlé recebeu esse aviso.


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