São Paulo, terça-feira, 24 de maio de 2011

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LOS GRINGOS

PAUL DOYLE

O influente Chicharito


A velocidade e o dinamismo do mexicano fizeram dele o parceiro ideal para Rooney

CASO JAVIER Hernández tivesse dentes de ouro e os escovasse com perfume Chanel Nº 5, o Manchester United não seria o rei da Inglaterra nem estaria se preparando para pôr o Barcelona para correr na final da Champions League, neste fim de semana.
Porque Hernández estaria jogando na França.
O Paris Saint-Germain teve a oportunidade de adquiri-lo por US$ 1 milhão há dois anos, mas o recusou com o arrazoado de que, já que o valor era tão baixo, ele não devia ser tão bom. Não fosse essa estereotípica preferência francesa pelo estilo ante a substância, o mexicano conhecido como "Chicharito", ou "ervilhinha", talvez jamais viesse a causar tamanho impacto em Old Trafford.
Gareth Bale foi escolhido melhor jogador da temporada da Premier League por seus colegas ainda que só tenha feito apresentações excelentes em poucas partidas. Scott Parker foi eleito o melhor pelos jornalistas de futebol principalmente porque a maioria deles trabalha em Londres e, assim como uma pichação mediana pode iluminar as paredes de uma favela, o futebol horrível dos demais jogadores do West Ham fez com que Parker se destacasse. Mas Hernández foi claramente o jogador mais influente do Inglês na temporada.
Enquanto o impostor que tomou sigilosamente o corpo de Fernando Torres tropeçava pelo gramado de Stamford Bridge, e o Arsenal desmaiava a cada chance de tornar seu sonho realidade, Hernández demonstrava o instinto matador que valeu a Ole Gunnar Solskjaer, uma lenda do Manchester United, o apelido "assassino silencioso". Hernández marcou gols vitais, em jogos vitais.
A velocidade e o dinamismo do mexicano fizeram dele o parceiro ideal para Wayne Rooney -não é coincidência que o desempenho do atacante inglês tenha melhorado assim que a presença de Hernández tornou-se regular na equipe.
Dimitar Berbatov brilha contra times medianos mas quando surgem jogos decisivos, nos quais a estratégia do United é muitas vezes jogar na defesa e lançar contra-ataques rápidos e precisos quando a bola é recuperada, Berbatov retarda o time e sua falta de movimentação força Rooney a ocupar espaços do campo nos quais preferiria não jogar.
É por isso que Berbatov, que terminou a temporada como coartilheiro da Premier League (em companhia de Carlos Tevez) não será titular contra o Barcelona. E é também por isso que o United tem alguma chance de acrescentar o título da Champions League ao da Premier League.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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