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Paes diz que "lapso" o fez limitar APO
2016 Prefeito do Rio sanciona lei em que cidade tem
poder de restringir atuação do órgão federal nos Jogos
BERNARDO ITRI
EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC
ITALO NOGUEIRA
DO RIO
Num "lapso de atenção", o
prefeito do Rio, Eduardo
Paes, sancionou lei que impõe limites à atuação da APO
(Autoridade Pública Olímpica) e vai contra o texto federal já aprovado, que dá independência ao órgão.
Pela lei, a APO não poderá
executar qualquer obra para
a Olimpíada-16 sem autorização da Câmara do Rio.
A lei também impede que
a APO represente o município "em contatos com entidades, pessoas físicas ou jurídicas ou órgãos de caráter nacional ou internacional". Na prática, dificultará contato
com órgãos, como o Comitê
Olímpico Internacional.
Paes ainda tentou vetar esses dois pontos da lei, mas a
assessoria jurídica da Câmara negou-lhe o pedido.
As exigências foram incluídas no projeto de lei sancionado no dia 14 de abril.
Cinco dias depois, Paes enviou ofício à Câmara comunicando o cancelamento da
sanção total e vetando os
dois pontos. Em seu pedido,
o prefeito afirma que um
"lapso de atenção" o levou a
sancionar a lei totalmente.
"Visando prestigiar a competência e o comprometimento com o sucesso da
Olimpíada dos senhores vereadores, demonstrados
quando eles votaram aquele
projeto em duas sessões extraordinárias num mesmo
dia, decidi fazer a sua sanção
nesse mesmo dia", diz o prefeito, em ofício à Câmara.
"No entanto, essa rapidez
acabou provocando um lapso de atenção que me levou a
sancionar dois dispositivos
que, se existentes, poderiam
gerar dificuldades para o
bom andamento das tarefas
necessárias para a realização
da Olimpíada em 2016."
Ele assume que submeter
as obras à Câmara poderá
"burocratizar e atrasar",
além de "comprometer todo
o cronograma" dos Jogos.
A assessoria jurídica do
presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB), disse não ser
possível o cancelamento.
Paes e o governador Sérgio
Cabral (PMDB) sempre tentaram evitar que a APO tivesse
poderes excessivos.
Escolhido para presidir a
APO, Henrique Meirelles ficou contrariado com esses
dispositivos e com a criação
da AOM (Autoridade Olímpica Municipal), criada na
mesma lei em que tentou vetar os pontos polêmicos.
A alternativa de Paes, agora, é enviar novo projeto de
lei retirando esses itens. Mas
até o líder do prefeito na Câmara, Adilson Pires (PT), vê
dificuldades para tanto.
"Acho difícil a Casa aceitar
de forma tranquila. Nenhum
vereador vai querer abrir
mão do poder", disse Pires.
Procurado, o prefeito não
se pronunciou sobre o caso.
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