São Paulo, sábado, 24 de junho de 2006

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Aniversariantes salvam França

Juergen Schwarz/France Presse
Com Ribéry ao fundo, Makelele salta sobre Vieira, autor do primeiro gol francês contra o Togo


Vieira, em campo, e Zidane, no vestiário, são fundamentais e garantem passagem às oitavas-de-final

Vitória contra o Togo não cala críticas ao treinador francês, que não confirma a volta de astro na partida de terça diante da Espanha


RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A COLÔNIA

Antes mesmo de a partida começar, a torcida francesa já havia decidido o culpado pela eliminação ou, na pior das hipóteses, pelo sufoco do país para avançar às oitavas-de-final. Muitas faixas de parabéns ao aniversariante Zinedine Zidane, o tradicional abraço na ""Marselhesa", festa no anúncio dos jogadores no telão e uma enorme vaia quando foi falado o nome Raymond Domenech.
O técnico da França é simplesmente o mais execrado dentre os 32 treinadores do Mundial (agora 16). Os 2 a 0 no Togo ontem, em Colônia, sem Zidane, suspenso, e a classificação em segundo lugar no Grupo G não o absolveram. ""Estou cansado dessas questões. Vamos para a próxima", respondeu secamente Domenech a uma pergunta sobre sua situação quase insustentável -ganhou sobrevida graças a Vieira, eleito o ""homem do jogo".
O quadrado mágico francês formado por Malouda, Ribéry, Trezeguet e Henry bombardeou o gol de Agassa, mas a eficiência mostrada pelo quarteto escalado ontem nos clubes (os quatro juntos fizeram 77 gols na temporada passada) não se repetiu. Os quatro somaram um mísero gol no Estádio de Colônia, fruto de uma assistência do ""defensivo" Vieira.
E foi o volante que abriu o placar, aos 10min do segundo tempo, quando os franceses começavam a desconfiar da classificação -para não depender de Suíça x Coréia do Sul, o time tinha que vencer no mínimo por dois gols de diferença.
Após um primeiro tempo que consagrou o goleiro do Togo, Vieira foi à frente, recebeu de Ribéry na área e tocou no canto esquerdo de Agassa. Seis minutos depois, voltou à frente para servir bem de cabeça Henry, que definiu o marcador.
""Disse antes da Copa que Vieira seria um líder. Ele está muito motivado e será certamente um dos grandes nomes do Mundial", disse Domenech.
Vieira completou ontem 30 anos, mas disse que não tem muito o que festejar. ""É hora de descansar. Amanhã [hoje], pensamos na Espanha."
Zidane, que chegou aos 34 ontem aliviado por ainda ter ao menos um jogo para fazer em sua vitoriosa carreira -se aposenta após o Mundial-, também foi decisivo, segundo Vieira. ""O Zidane estava por trás de nós. Ele foi no vestiário e disse algumas palavras. Claro que ele faz falta. Mas estava conosco."
O clima no time é de total indefinição. Domenech, que não tem agradado a Zidane, além da torcida francesa, repete insistentemente que tem 23 atletas para usar. Negou-se até mesmo a confirmar a volta de Zidane na terça, contra os espanhóis.
Sobre o jogo diante do Togo, o alvo dos franceses disse que foi um duelo ""balanceado". ""Não houve diferença entre o primeiro e o segundo tempo. Criamos chances nos dois. Falei para meus jogadores que tínhamos 90 minutos para marcar. E eles não desistiram nunca", afirmou Domenech.
Sobre o mata-mata, ele procurou falar pouco. ""Sabemos que a Espanha é um bom time. Mas não posso dizer que tinha preferência por outro adversário. Preferia já estar classificado para as quartas-de-final."
Além de cruzar com a Espanha, a França, pode pegar o Brasil nas quartas-de-final. Ontem, em meio à festa de Zidane e às vaias para o técnico, os franceses comemoraram a primeira vitória em Copas desde a final de 1998, contra o Brasil.


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