São Paulo, sábado, 24 de junho de 2006

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Melhor da 1ª fase, Espanha enfrenta seu antigo algoz

Fúria não desejava enfrentar França, que eliminou time de 3 Eurocopas e nunca perdeu para espanhóis em jogo oficial

Mesmo sem jogar bem, time formado por reservas bate a Arábia Saudita por 1 a 0, obtém 3º triunfo e atinge maior saldo de gols da Copa


MARIO HUGO MONKEN
DA REPORTAGEM LOCAL

Os espanhóis encerraram a primeira fase da Copa do Mundo com a melhor campanha entre as 32 seleções, mas, mesmo assim, terão pela frente um adversário indesejado nas oitavas-de-final: a França.
Com a vitória de 1 a 0 ontem sobre a Arábia Saudita, em Kaiserlaustern, construída por um time que começou com 11 reservas, a Espanha manteve o aproveitamento de 100% e alcançou um saldo de sete gols, o maior do Mundial até aqui.
Porém o prêmio pelo primeiro lugar do Grupo H será encarar a França, a quem que nunca derrotou em jogos oficiais.
O vencedor do confronto, que será realizado na próxima terça-feira, em Hannover, poderá jogar contra a seleção brasileira nas quartas-de-final.
A França foi o algoz espanhol em 3 das últimas 6 edições da Eurocopa. Em 1984, a Fúria perdeu dos franceses na decisão do torneio. Em 1991, foi eliminada pela rival ainda nas eliminatórias da competição. Já em 2000, caiu diante do adversário nas quartas-de-final.
Antes de conhecer seu adversário na segunda fase, os espanhóis declararam que não queriam enfrentar a França pela sua tradição e que a Suíça era a adversária preferida.
Mesmo com a presença do casal real espanhol- rei Juan Carlos e a rainha Sofia- nas arquibancadas, a Fúria esteve pouco inspirada em campo e encontrou dificuldades para superar a Arábia Saudita.
O gol da vitória saiu em um lance de bola parada. Aos 36min do primeiro tempo, Reyes bateu falta para a área. O zagueiro Juanito surpreendeu a defesa e cabeceou forte, sem chances para o goleiro Zaid.
Na etapa final, a Arábia Saudita, que precisava golear e de um tropeço da Ucrânia para se classificar, chegou a criar boas chances e por pouco não empatou. O time asiático reclamou de um penâlti não marcado.
Para acabar com a apatia espanhola, o técnico espanhol Luis Aragonés substituiu os apagados Raúl e Joaquín por Torres e David Villa, que, juntos, já marcaram cinco vezes na Copa, mas o time não evoluiu.
Aragonés não ficou satisfeito com o desempenho do time e disse que os sauditas mereceriam ter saído com a vitória.
Vice-artilheiro da Copa com três gols, Torres foi confirmado no banco de reservas horas antes da partida. Apesar de ficado em campo por 20 minutos, não conseguiu marcar, o que lhe deixaria ao lado do atacante alemão Klose, que tem quatro.
Está foi a terceira vez que a Espanha encerrou a primeira fase de uma Copa com 100% de aproveitamento (as outras duas foram em 1950 e 2002). Apesar da boa campanha, Aragonés disse não se iludir. "O Mundial vai começar agora."
Para a partida contra a França, Aragonés promoverá a volta dos titulares. Destaque ontem, Cesc Fabregas poderá tomar o lugar do brasileiro naturalizado Marcos Senna no meio-campo.
Com a derrota, a Arábia Saudita, dirigida pelo brasileiro Marcos Paquetá, chegou à terceira Copa consecutiva sem passar da primeira fase.


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