São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2010

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Itália define hoje redenção ou fracasso

Time pega a Eslováquia na luta para evitar fiascos vividos no pós-guerra

RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL DE JOHANNESBURGO

Com o time em destroços, a Itália ameaça repetir seus fiascos da era pós-guerra nesta Copa-2010. Mas relembra seus desempenhos nos Mundiais após 1970 para projetar uma redenção e se classificar às oitavas de final.
É sob a linha tênue que separa dois grandes períodos futebolísticos italianos, um vitorioso e outro fracassado, que o time atual entra em campo diante da Eslováquia, hoje, em Johannesburgo.
Só um triunfo garante aos atuais campeões uma vaga na segunda fase sem depender de outro resultado.
Com um empate, serão eliminados por vitória da Nova Zelândia diante do Paraguai ou igualdade por maior número de gols do que o do duelo de hoje ante os eslovacos.
Repetiria uma época amarga da Itália no futebol, após a Segunda Guerra Mundial. Então bicampeã, ficou cinco Copas do Mundo sem passar da primeira fase da competição, de 1950 a 1966 -em 1958, nem se classificou para disputar o torneio.
A partir do Mundial do México, os italianos chegaram a quatro finais, com dois títulos. Só em 1974 foram eliminados no início. Ou seja, faz 36 anos que não caem precocemente nesta fase.
Mas é comum a Itália passar sufoco na fase de grupos. Foi assim em 1982, 1994 e 2002 -nas duas primeiras, o time chegou à final.
"É difícil. Estou relaxado. Ninguém vai entregar. Essas são as nossas características [a dificuldade]", afirmou o capitão Fábio Cannavaro. "A Itália tem quatro estrelas e por isso é cobrada."
Ao lembrar do Mundial do Japão e da Coreia do Sul, em 2002, ele riu e falou. "Você estava lá? Aquela foi difícil." O time se classificou com um gol a cinco minutos do final da partida contra o México.
"Por que houve comparação com 1982 [Maradona disse que a Itália se classificará]? Não é pela qualidade dos oponentes, mas pelos resultados. Nós temos muito em comum com 1982. Alguns jogadores que estavam de fora, dois empates", ressaltou o treinador Marcello Lippi.
Os "jogadores de fora", no time atual, deixam a Azzurra em pedaços. A equipe não pode contar com o goleiro Buffon, o volante Pirlo (no banco) e o dispensado Totti.

REMANESCENTES DE 2006
Dos titulares na final da Copa da Alemanha, há quatro anos, apenas Cannavaro e Gattuso devem começar jogando hoje -Iaquinta e De Rossi entraram depois.
A formação de hoje deve ser mais ofensiva, com três atacantes. Pepe deve dar lugar a Pazzini. Foi assim a prática em treino fechado.
É uma mudança na tradição italiana. Resta saber se, em relação à história, a seleção Azzurra repetirá seu desempenho recente, de redenção, ou o antigo, de fracasso.


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