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Itália define hoje redenção ou fracasso
Time pega a Eslováquia na luta para evitar fiascos vividos no pós-guerra
RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL DE JOHANNESBURGO
Com o time em destroços,
a Itália ameaça repetir seus
fiascos da era pós-guerra
nesta Copa-2010. Mas relembra seus desempenhos nos
Mundiais após 1970 para projetar uma redenção e se classificar às oitavas de final.
É sob a linha tênue que separa dois grandes períodos
futebolísticos italianos, um
vitorioso e outro fracassado,
que o time atual entra em
campo diante da Eslováquia,
hoje, em Johannesburgo.
Só um triunfo garante aos
atuais campeões uma vaga
na segunda fase sem depender de outro resultado.
Com um empate, serão eliminados por vitória da Nova
Zelândia diante do Paraguai
ou igualdade por maior número de gols do que o do duelo de hoje ante os eslovacos.
Repetiria uma época
amarga da Itália no futebol,
após a Segunda Guerra Mundial. Então bicampeã, ficou
cinco Copas do Mundo sem
passar da primeira fase da
competição, de 1950 a 1966
-em 1958, nem se classificou
para disputar o torneio.
A partir do Mundial do México, os italianos chegaram a
quatro finais, com dois títulos. Só em 1974 foram eliminados no início. Ou seja, faz
36 anos que não caem precocemente nesta fase.
Mas é comum a Itália passar sufoco na fase de grupos.
Foi assim em 1982, 1994 e
2002 -nas duas primeiras, o
time chegou à final.
"É difícil. Estou relaxado.
Ninguém vai entregar. Essas
são as nossas características
[a dificuldade]", afirmou o
capitão Fábio Cannavaro. "A
Itália tem quatro estrelas e
por isso é cobrada."
Ao lembrar do Mundial do
Japão e da Coreia do Sul, em
2002, ele riu e falou. "Você
estava lá? Aquela foi difícil."
O time se classificou com um
gol a cinco minutos do final
da partida contra o México.
"Por que houve comparação com 1982 [Maradona disse que a Itália se classificará]? Não é pela qualidade dos
oponentes, mas pelos resultados. Nós temos muito em
comum com 1982. Alguns jogadores que estavam de fora,
dois empates", ressaltou o
treinador Marcello Lippi.
Os "jogadores de fora", no
time atual, deixam a Azzurra
em pedaços. A equipe não
pode contar com o goleiro
Buffon, o volante Pirlo (no
banco) e o dispensado Totti.
REMANESCENTES DE 2006
Dos titulares na final da
Copa da Alemanha, há quatro anos, apenas Cannavaro
e Gattuso devem começar jogando hoje -Iaquinta e De
Rossi entraram depois.
A formação de hoje deve
ser mais ofensiva, com três
atacantes. Pepe deve dar lugar a Pazzini. Foi assim a prática em treino fechado.
É uma mudança na tradição italiana. Resta saber se,
em relação à história, a seleção Azzurra repetirá seu desempenho recente, de redenção, ou o antigo, de fracasso.
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